Como avaliar se uma empresa está cara ou barata? Especialistas respondem

Alguns múltiplos como Ebitda, preço por valor patrimonial e preço por lucro podem ajudar nessa avaliação

Gabriella D'Andréa

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SÃO PAULO – Um conselho que sempre ouvimos de especialistas do mercado acionário é que o momento ideal para se comprar um papel é quando ele está em baixa e quando ele chegar a uma alta expressiva, o melhor é vendê-lo. Mas como saber se uma ação está barata ou cara?

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“O primeiro passo é o investidor olhar para empresas que atuam no mesmo setor”, responde o diretor da Valore Investimentos Personalizados, Sérgio Quintella. “Não dá para você comparar uma empresa de mineração com uma de software, por exemplo. O patrimônio líquido é completamente diferente”.

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Posto isso, o especialista sugere alguns múltiplos que dão ao investidor uma boa ideia se o preço está muito alto ou muito baixo. Um deles é a relação preço/lucro (P/L), que mostra quantas vezes o preço da ação é superior ao lucro da empresa. Com ela, é possível saber quantos anos serão necessários para obter o retorno do valor pago pelo papel. Caso o valor seja igual a 1, significa que o preço é 1 vez o lucro da empresa e que em 1 ano o lucro obtido poderá comprar a empresa. “Entre uma empresa que custa R$ 10 e traz lucro de R$ 10 e outra que custa R$ 10 e rende R$ 5 é preferível a primeira, sem dúvidas”, exemplifica Quintella.

Outra maneira de conseguir mensurar se o preço da ação está alto ou baixo é através do índice P/VPA (Preço por valor patrimonial). Nesse caso, como sugere o nome, o múltiplo aponta quantas vezes o preço da ação é superior ao patrimônio da empresa. Teoricamente, é de se imaginar que o valor da ação esteja acima do valor patrimonial, o que demonstrará que o mercado já precificou as notícias positivas em relação à companhia.

“Mas se uma empresa negocia abaixo do seu valor patrimonial, indica que a ação dela está em um bom momento de compra, a não ser que haja um problema que tenha levado ela a esse baixo patamar”, ressalta o especialista. Sendo assim, quanto mais próximo de 1, para mais ou para menos, mais barata a ação estará.

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Uma terceira opção de índice é o FV/Ebitda. A sigla FV (firm value) é equivalente ao valor de mercado da empresa mais sua dívida líquida, enquanto o Ebitda é uma sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização e que mede de forma simples a geração de caixa da companhia.

No entanto, Quintella faz uma ressalva para este índice. “O ideal é o investidor conversar com um analista, pois esse índice varia muito de acordo com o setor do papel. Depois ele vai ganhando intimidade com os melhores números para cada segmento e vai conseguir avalia-los, juntamente com relatórios de corretoras que dão uma boa noção da situação”.

Por último, o especialista sugere olhar o dividend yield, que mostra o quanto a empresa paga de dividendos por ação. A conta é feita com base no preço da ação e pelo quanto ela projeta pagar de dividendos. Portanto, quanto maior o índice, mais barata a ação. “É de se esperar que uma empresa estabelecida no mercado pague mais dividendos e uma que está iniciando pague menos para reinvestir no próprio negócio, mas é um bom sinal, porque a tendência é de que ela cresça”, pontua.