“Diferenciação de dividendos da Petrobras veio pra ficar”, acredita gestor

SÃO PAULO – O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, afirmou nesta terça-feira (19) que a estatal poderá voltar a pagar dividendos iguais para detentores de ações ordinárias e preferenciais, segundo informações da Reuters. No entanto, para a gestora de recursos Apex Capital, isso não deve acontecer. “Acreditamos que essa política de diferenciação de dividendos das ações da Petrobras veio para ficar, assim justificando o prêmio nas preferenciais”, disse a equipe de gestão, em carta aos cotistas.

Barbassa, que apresentou ontem o plano de negócios da Petrobras, ressaltou que não sabe, porém, quando isso poderia ocorrer, já que a medida depende de muitos fatores.

Entenda
A Petrobras anunciou a política de diferenciação no dia 5 de fevereiro, quando decidiu distribuir os dividendos (parcela do lucro líquido dividida entre os investidores) da seguinte maneira: R$ 0,47 por ação ordinária (menos negociada e com direito a voto) e R$ 0,96 por ação preferencial (mais negociada).

A medida foi anunciada um dia após a empresa divulgar uma queda de 36,42% em seu lucro líquido de 2012, que passou de R$ 33,31 bilhões em 2011 para R$ 21,18 bilhões no ano passado. O resultado anual da estatal foi o menor dos últimos oito anos.

Após a divulgação da nova distribuição de dividendos, as ações ordinárias da Petrobras (PETR3) desabaram 8,29%, a R$ 16,60. Já as ações preferenciais (PETR4) ainda conseguiram fechar a sessão em alta de 0,44%, a R$ 18,08, por não terem sido prejudicadas na nova distribuição.

De acordo com o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, em declarações à imprensa na época, se essa mudança não fosse feita, a estatal teria que desembolsar R$ 3,5 bilhões. Nos últimos anos, a empresa vinha distribuindo os dividendos igualmente, mas, para que isso continuasse esse ano, seria preciso cortar investimentos, o que traria ainda mais prejuízos para a empresa.