Analista indica ações para um cenário de volatilidade

Em um cenário de volatilidade, como o que estamos vivendo há algum tempo, para montar uma carteira de ações é preciso de seletividade, de acordo com Felipe Rocha, analista da Omar Camargo

Arthur Ordones

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SÃO PAULO – Em um cenário de volatilidade, como o que estamos vivendo há algum tempo, para montar uma carteira de ações é preciso ter seletividade, de acordo com Felipe Rocha, analista da Omar Camargo, em entrevista ao InfoMoney. “Seletividade é a palavra. A bolsa subiu apenas 7,4% no ano passado, mas muitas carteiras recomendadas e fundos ganharam 30%, 40%, 50%. Isso aconteceu por causa da seletividade. Esse é o resumo de tudo. É fundamental”, afirmou.

O analista, que realizou uma palestra sobre o tema na última quarta-feira, explicou que a diversificação setorial e de risco são ainda mais vitais nesses casos, lembrando também que o investidor nunca deve ficar muito atrelado ao Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, em cenários de volatilidade, afinal, o índice é muito composto por papéis ligados a commodities, que são blue chips tradicionais muito impactadas por questões macro mundiais.

“Os investidores devem ficar mais expostos ou com a maior parte da carteira voltada ao cenário doméstico, apesar da dificuldade de achar papéis com preços atrativos, porque eles existem.”

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As recomendações da Omar Camargo
De acordo com Felipe, as recomendações para ações do cenário doméstico com um preço atrativo estão ligadas principalmente ao setor de shoppings [BR Malls (BRML3) e Aliansce (ALSC3)], Bancos [Itaú Unibanco (ITUB4) e Panamericano (BPNM4)], Alimentação [M Dias Branco (MDIA3)] e Infraestrutura [Arteris (ARTR3)]. “Estamos recomendando muito a Raia Drogasil (RADL3) e a BR Properties (BRPR3) também”, contou.

Em relação a bancos, o analista explicou que a possibilidade de aumento de juros (prevista pelo mercado principalmente após a última ata do Copom) melhora muito a situação do setor, afinal, se ela ocorrer, eles serão os mais beneficiados, em especial, segundo ele, o Itaú Unibanco. “Itaú, para nós, é o top entre os bancos. Ele que será o mais beneficiado com uma alta da taxa Selic”, previu.

Em defesa de outra top pick da carteira de sua corretora, o analista enfatizou que a M. Dias Branco é uma empresa consistente, em crescimento e que, “independente da crise na Grécia, no Chipre ou na China, vai continuar em ascensão, pois o fato das pessoas comprarem alimentos independe desses fatores externos”.

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“É isso que queremos passar. Mesmo se a economia não crescer, só de estar diversificando a outros segmentos que crescem mais, já vai fazer uma diferença muito relevante. Se aprender a ser seletivo e diversificar, a volatilidade dos mercados terá um impacto muito menor”, afirmou.

Commodities: um pé no freio, mas nem tanto
Em relação às ações de commodities, o analista lembrou que, apesar de não estarem em um bom momento, é bom mantê-las na carteira para diversificação de risco, mas desde que sejam papéis com um risco retorno bem favorável, um upside muito interessante e com um peso bem menor do que o dos outros setores. “Deixe o maior peso para as empresas ligadas à economia doméstica”, aconselhou.

“Não significa que não é para ter ações de commodities. Nós já temos Vale (VALE5) há um tempo na carteira e adicionamos Petrobras (PETR3) faz mais ou menos 10 dias. Com a Vale, a questão do risco retorno é favorável, pois o preço dela hoje embute um preço bem mais baixo que o do minério de ferro, em função do julgamento ligado a tributos e royalties. Já para a Petrobras, vimos uma retomada, uma nova administração que tomou posse no ano passado tentando botar a empresa nos trilhos novamente. Em suma, a alocação de estrangeiros muito baixa nessas empresas que são muito líquidas e tem muito peso no índice é o que mais prejudica. O mau humor dos investidores em relação ao Brasil, esse pé atrás… Mas, quando isso for se desfazendo, vai ter uma grande retomada nesse papeis”, concluiu.