Os principais erros dos investidores, segundo a maior gestora do mundo

De acordo com o relatório mensal de perspectivas de mercado da iShares, os investidores cometem uma série de erros rotineiramente

Arthur Ordones

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SÃO PAULO – No mundo ideal, os investidores seriam racionais, capazes de processar informações de forma eficiente, sempre buscando maximizar os lucros e diminuir os riscos. No entanto, a realidade costuma ser um pouco mais complexa do que isso, afinal, os investidores cometem uma série de erros rotineiramente. Quem aponta é a BlackRock, maior gestora de recursos do mundo, em relatório da família de fundos de índices iShares.

Segundo o documento, os erros mais comuns incluem: segurar dinheiro por muito tempo, não ter a carteira diversificada o suficiente, negociar com muita frequência e ficar relutante em realizar perdas, mesmo com taxas vantajosas.

Esses erros podem acarretar em muitas consequências, por exemplo: um medo exacerbado de perdas e um foco excessivo sobre o desempenho de curto prazo de um ativo individual podem impedir que o investidor aplique em ativos de risco, que são os que rendem mais a longo prazo. Os custos disso podem ser substanciais: ajustado pela inflação, o retorno do dinheiro deixado em uma conta bancária foi negativo em 2012, enquanto o mercado de ações mundiais retornou 13,4%, em termos de dólares americanos, no mesmo período, segundo o índice MSCI All Country World.

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Os principais erros
A diversificação da carteira deve ser realizada dividindo os investimentos em ações nacionais e internacionais e entre renda fixa e variada. Uma maneira de fazer isso é investindo em fundos diversos ou ETFs. No entanto, é válido lembrar que essa regra pode variar dependendo do perfil e das condições do investidor, afinal, um portfólio bem diversificado pode não corresponder bem à tolerância pessoal do investidor ao risco. Por exemplo, enquanto que uma concentração em fundos de ações pode ser razoável para alguém jovem, para um trabalhador perto da idade da aposentadoria, este, muitas vezes, pode ser considerado arriscado demais.

Negociar com muita frequência também pode se tornar um erro grave, pois ao ter lucro em uma negociação, a ganância pode levar um investidor a aumentar sua posição para multiplicar os ganhos, no entanto, isso pode levar ele a perder não só a diferença, como os lucros iniciais também. Sempre há um outro dia de negociação, ou seja, não é necessário ficar operando dia e noite, pois isso pode levar a grandes perdas. Trabalhar mais, nesse caso, não significa lucrar mais.

Pesquisa em finanças comportamentais
O relatório afirmou também que nos últimos anos houve uma proliferação na pesquisa em finanças comportamentais, que incorpora percepções da psicologia sobre como as pessoas realmente tomam decisões e as formas de como elas tendem a desviar-se do comportamento racional. Segundo a gestora, o entendimento dessas vertentes podem ajudar os investidores a evitar algumas armadilhas comuns e posicionar melhor suas carteiras, a fim de atender às suas necessidades de investimento e melhorar seu desempenho a longo prazo.

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Ainda de acordo com a pesquisa, as possíveis soluções para mitigar o impacto desses enviesamentos sobre a carteira de desempenho seriam: alargar o conceito de riqueza investida além do investimento no mercado de ações, alongar o horizonte do investimento para aumentar o conforto em torno de investir em ativos de risco, diversificar a carteira e reequilibrar periodicamente com uma abordagem de investimento baseado em regras ou sistemática para ajudar a quebrar o preconceito dos investidores.