Estou cético com o Brasil e estudo zerar posições na Bovespa, diz Stuhlberger

Para o gestor, a economia brasileira passa por um momento delicado, marcado pela falta de investimento e o avanço do consumo

Diego Lazzaris Borges

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – O sócio da gestora de recursos Credit Suisse Hedging-Griffo e gestor do fundo Verde, Luis Stuhlberger se mostra cético com o mercado acionário nacional e com a economia do país. Em entrevista ao jornal Valor Econômico, ele disse que está com baixa exposição à bolsa brasileira e que o preço das ações está caro. “Na bolsa, por que eu estou digamos assim, cético e bem underweight [abaixo da média] em Brasil, eu diria, para o meu padrão?. Porque não acho o valuation das empresas boas brasileiras compatível com o risco”, disse Stuhlberger ao Valor.

O gestor ressalta que, mesmo que durante algum período as ações fiquem com um valuation incompatível, a tendência é que os mercados um dia voltem para o fundamento. “Mas as coisas ficam irracionais muito antes que seu dinheiro aguenta. Então, acho que se essa festa continuar sem que o fundamento do Brasil melhore, eu posso ir pra zero de bolsa”, continuou.

Para Stuhlberger, a economia brasileira passa por um momento delicado, marcado pela falta de investimento e o avanço do consumo, o que cria o que ele chama de “boca de jacaré” – em referência ao desenho do gráfico em que o consumo avança e o investimento diminui. “Dado que as bocas de jacaré não fecharam, ou vai ter mais inflação ou o câmbio vai depreciar, ou você vai ter um problema nas finanças públicas”, disse.

Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip