JPMorgan: bolsa está na fila para ser o investimento da vez

O gestor de renda variável da asset, Jorge Oliveira, ressaltou que a bolsa brasileira deve ter um desempenho melhor este ano

Diego Lazzaris Borges

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SÃO PAULO – A gestora de recursos do JP Morgan no Brasil se mostra otimista com a bolsa de valores em 2013. Durante a teleconferência Guide to the Markets, realizada na última semana com investidores, o gestor de renda variável da asset, Jorge Oliveira, ressaltou que a bolsa brasileira deve ter um desempenho melhor este ano.

“A expectativa do mercado é que o crescimento [da economia] volte aos níveis de 2,5% e 3%, o que sem dúvida é bom para a bolsa. Isso está diretamente relacionado a geração de lucro das empresas, que é um dos fatores que fazem o mercado se valorizar ou desvalorizar”, disse Oliveira. “As expectativas são que os lucros cresçam, em média, 12%, que é um número razoável”, continuou o gestor.

Para ele, um dos grandes atrativos para a bolsa neste e nos próximos anos é o atual nível da taxa Selic. Com os juros baixos, os ativos livres de risco (representados pelo CDI – Certificado de Depósito Bancário) ficam cada vez menos interessantes e o investidor precisa começar a olhar para aplicações mais arriscadas e consequentemente mais rentáveis para compor seu portfólio. Em um primeiro momento, Oliveira diz que os investidores migraram para os investimentos de crédito privado, que oferecem retornos um pouco melhores que o CDI com um risco menor do que a renda variável. No entanto, os prêmios desses investimentos também estão ficando menor.

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“A Bolsa está na fila, esperando a oportunidade dela, e isso vai acontecer de fato quando realmente acabar o prêmio dos ativos de crédito, o que já está acontecendo relativamente rápido. As empresas já estão captando recursos a taxas muito baixas em relação ao risco que oferecem. E no momento que as pessoas perceberem que, para este nível de risco de dívida talvez seja melhor ter o equity, ou seja, entrar no patrimônio e não na dívida, acho que esse movimento [de migração para a bolsa] acontece”, disse o gestor.

Maior número de IPOs
Outro ponto positivo para a bolsa este ano é a expectativa de mais empresas abrindo seu capital. Oliveira lembra que o mercado viveu um “boom” de IPOs (Ofertas Públicas Iniciais, na sigla em inglês) entre 2007 e o início de 2008, mas que com a crise internacional as companhias deixaram a captação por meio da bolsa de valores de lado. “Hoje a gente percebe que algumas empresas estão interessadas em vir a mercado como fonte de captação. Então nós vamos ter mais opções de investimentos, o que é muito bom (…) A bolsa não é apenas Vale, Petrobras e Bancos”, ressaltou.

Além disso, o gestor lembrou que quando a empresa que abre o capital na bolsa de valores tem um negócio bem administrado, o investidor se torna sócio justamente no momento em que a companhia está captando recursos para expandir suas atividades. “Se esse crescimento for bem executado, você tem oportunidade de investir em uma empresa que daqui a 2 anos pode dobrar de valor. Você entra em uma história de crescimento na veia e a companhia pode oferecer um ganho muito acima da média de mercado, das empresas que já são conhecidas”, disse

Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip