Fundo de ações que rendeu 34% em 2012 mostra tese de investimentos

No ano passado, o Set FIA atingiu rentabilidade de 33,91%, ante 7,40% do Ibovespa

Diego Lazzaris Borges

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SÃO PAULO – O fundo Set FIA, da Set Investimentos, enviou aos cotistas a tese de investimentos das maiores posições presentes na carteira. No ano passado, o fundo atingiu rentabilidade de 33,91%, ante 7,40% do Ibovespa (principal índice da bolsa de São Paulo). Confira 4 das principais posições do fundo e os motivos destas ações fazerem parte da carteira:

Apple (AAPL, na Nasdaq)
As ações da gigante de tecnologia norte-americana foram o primeiro case de investimento no exterior da asset, e os gestores apontam que a decisão tem se mostrado bastante acertada. A Set começou a comprar ações da Apple em meio a rumores de que seu CEO e fundador, Steve Jobs, poderia deixar a empresa, o que era visto com muita desconfiança pelo mercado.

No entanto, a avaliação da equipe de gestão da Set determinou que a empresa possuía um negócio muito bom, com enormes vantagens competitivas. “Algumas que podemos destacar são: acesso privilegiado a fornecedores e componentes, alta capacidade de atrair, reter e fidelizar clientes e um importante ganho de escala (especialmente em despesas de marketing e investimentos em pesquisa e desenvolvimento). Essas vantagens se mostraram resilientes às mudanças na liderança da empresa e permitiram que suas ações apresentassem uma boa valorização no ano”, apontam os gestores.

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No ano passado, as ações da Apple valorizaram 26,56% na Nasdaq

Cielo (CIEL3)
A Set ressalta que a primeira compra de ações da Cielo pelo fundo também aconteceu em um momento de incerteza no mercado. Em 2011, a abertura do mercado de adquirência ainda estava sendo implementada e havia um consenso de que a competição prejudicaria as margens a tal ponto que as empresas do setor não conseguiriam se recuperar.

Entretanto, eles ressaltam que as empresas que entraram posteriormente no mercado conquistaram uma parcela muito pequena de clientes menos rentáveis. “A rentabilidade do setor, apesar de inferior ao que já foi no passado, ainda é bastante saudável. Em 2012, surgiu uma nova oportunidade de compra dessas ações pelo fundo”, aponta o gestor.

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No ano passado, as ações da EZtec renderam 18,24%.

Eztec (EZTC3)
O gestor aponta que as ações da Eztec foram adquiridas no início de 2010 e estão entre as mais antigas do portfólio do fundo. Segundo eles, à época, o mercado enxergava com desconfiança algumas características da empresa: construtora regional, com controle familiar e focada especificamente em clientes de média-alta renda.

“Nossa percepção, que posteriormente se provou acertada, foi a de que o fato de direcionar seus lançamentos para uma única região e um único tipo de clientes lhe conferia um foco e um controle na execução de projetos que as demais construtoras não conseguiam atingir. Além disso, o controle familiar confere à empresa um grande alinhamento de interesses com seus acionistas, o que vemos como algo muito importante em um setor cuja contabilidade pode vir a ser manipulada”, ressalta a asset.

No ano passado, os papéis da Eztec renderam 62,76%.

Helbor (HBOR3)
A gestora ressalta que a Helbor é uma empresa que se especializou na incorporação de seus empreendimentos, deixando a construção terceirizada para parceiros externos. Segundo a Set, a forte cultura de controle de custos é uma das características positivas da empresa, que faz com que a companhia consiga atingir o menor nível de despesas gerais e administrativas em relação à receita dentre os seus pares.

“Dessa forma, ao contratar a construção de um empreendimento, os contratos são feitos com preços fechados e o risco de um estouro de obra é repassado para as construtoras parceiras. Estas últimas, por sua vez, têm um grande incentivo para manterem sua eficiência e controlar corretamente os custos. Não surpreende, portanto, que a operação da Helbor apresente um alto nível de rentabilidade, assim como a da Eztec.

Os papéis da Helbor renderam 89,58% em 2012.

Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip