Gradual faz uma alteração e mantém Petro e Saraiva entre as recomendações

Corretora retira ações da Providência do portfólio e acrescenta SLC Agrícola com participação de 5%

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – A Gradual Investimentos divulgou sua carteira recomenda para o período entre 22 e 26 de outubro, realizando apenas uma mudança em relação ao portfólio anterior. Para esta semana, a corretora optou por retirar as ações da Providência (PRVI3) e incluiu os papéis da SLC Agrícola (SLCE3) com participação de 5%.

A carteira sugerida pela Gradual registrou alta de 2,51% na terceira semana de outubro, contra uma queda de 0,41% do Ibovespa. No ano, o portfólio da corretora tem alta acumulada de 46,56%, frente aos 3,82% do índice.

Perspectivas
Segundo o analista-chefe da Gradual, Paulo Esteves, a última semana não foi muito animadora. A China apresentou dados ruins sobre o PIB (Produto Interno Bruto) do país enquanto nos EUA, as grandes empresas apresentaram resultados trimestrais abaixo das expectativas. Na Europa, o destaque foi a falta de decisão por parte da União Europeia, com a reunião de seus líderes não tendo nenhuma medida efetiva no combate à crise.

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Para esta semana, Esteves destaca a temporada de balanços, que ganha força nesta semana, com Vale (VALE3;VALE5) e Petrobras (PETR3;PETR4) divulgando seus resultados do terceiro trimestre. Para a corretora, existe um razoável potencial de valorização da bolsa brasileira no final do ano, suportada pelo bom desempenho dos setores de consumo e imobiliário, beneficiados pela queda da taxa Selic.

Confira a carteira recomendada pela Gradual para esta semana:

Empresa Código  Preço-alvo*   Upside**  Peso
Banco do Brasil BBAS3  R$ 32,00 +40,97% 5%
Petrobras PETR4 R$ 30,50 +37,08% 10%
SLC Agrícola SLCE3 R$ 25,20 +27,21% 5%
Bematech BEMA3 R$ 6,50 +21,95% 10%
Brookfield BISA3 R$ 6,00 +59,57% 10%
Telefônica Brasil VIVT4 R$ 56,30 +26,52% 10%
Saraiva SLED4 R$ 34,20 +27,71% 10%
Grendene GRND3 R$ 16,80 +21,48% 5%
Suzano SUZB5 Em revisão 5%
Eucatex EUCA4 R$ 10,50 +17,71% 5%
Itaúsa ITSA4 R$ 13,00 +46,89% 5%
Cemig CMIG4 R$ 34,00 +33,60% 10%
PDG Realty PDGR3 R$ 5,50 +51,52% 5%
Eternit ETER3 R$ 12,80 32,09% 5%

* Preço-alvo para 12 meses
** Potencial de valorização em relação ao fechamento de 19 de outubro

Confira abaixo a análise da corretora sobre cada recomendação:

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Banco do Brasil (BBSA3): segundo a equipe de análise da Gradual, o banco teve um lucro líquido ajustado no segundo trimestre superior à expectativas deles, com o valor de R$ 2,986 bilhões. O banco prossegue com bom desempenho nas suas operações, com êxito na expansão de sua carteira de crédito, com manutenção da qualidade dos ativos e contenção dos gastos administrativos.

Petrobras (PETR4): as ações da petrolífera continuam na recomendação pela crescente possibilidade de novos reajustes dos combustíveis ainda em 2012, sem contar a ênfase dos investimentos em exploração e produção e o cenário de crescimento da demanda doméstica de derivados de petróleo nos próximos anos, comenta a corretora.

SLC Agrícola (SLCA3): a corretora destaca a forte geração de caixa no segundo trimestre, com o Ebitda ajustado atingindo R$ 62,8 milhões, 62,4% acima do mesmo período do ano passado. Além disso, Os preços favoráveis para as commodities afrícolas, associados à ampliação da área plantada deverão resultar em uma robusta geração de caixa na safra 2012/13.

Bematech (BEMA3): a continuidade dos resultados positivos da companhia, com o acerto do seu novo planejamento estratégico e diante das perspectivas de mercado favoráveis fez a equipe de análise da corretora manter as ações da Bematech em sua carteira recomendada semanal.

Brookfield (BISA3): a corretora manteve as ações da Brookfield acreditando em um cenário de recuperação da bolsa no segundo semestre. “Consideramos a queda da ação exagerada em relação ao desempenho e perspectivas da companhia no longo prazo”, justificou a equipe de análise.

Telefônica Brasil (VIVT4): segundo os analistas da Gradual, com a insegurança gerada no setor elétrico, os investidores procuraram outros setores que também pagam bons dividendos. O relatório ainda destaca o crescimento anual de 18% em acessos móveis, a consolidação da liderança em acessos pós-pagos e avanço acelerado da receita de serviços móveis.

Saraiva (SLED4): a corretora continua recomendando as ações da livraria devido aos seus múltiplos atrativos e pelas boas perspectivas do setor, além da maior receita líquida conseguida pela companhia após elevação do número de vendas de seus produtos.

Grendene (GRND3): os analistas da Gradual continuam recomendando os papéis da produtora de calçados devido à sua boa resiliência frente à situação de desaceleração econômica. “A Grendene continua ganhando market share no mercado interno e, com sólida situação de caixa, tem distribuído elevados dividendos”, comenta Esteves.

Suzano (SUZB5): segundo a Gradual, a recente inclusão dos papéis preferenciais A da Suzano na composição da carteira teórica do Ibovespa deverá elevar a liquidez do papel, com pressão compradora por parte de fundos indexados ao índice.

Eucatex (EUCA4): a corretora recomenda as ações da Eucatex diante das projeções de expansão da geração de caixa da companhia nos próximos trimestres, com o avanço da utilização da capacidade instalada da sua nova planta.

Itaúsa (ITSA4): de acordo com os analistas, a queda da ação após o anúncio do corte da taxa de juros por parte dos bancos estatais foi exagerada. Eles projetam uma melhora do desempenho operacional do Banco Itaú na captura de ganhos de sinergia pós-fusão com o Unibanco. A corretora ainda destaca que prefere ITSA4 à ITUB4 pelo desconto do valor de mercado das ações da Itaúsa em relação ao valor da soma de suas participações nas companhias, que no final de setembro era de 19,4%.

PDG Realty (PDGR3): segundo os analistas, a posse do novo CEO, Carlos Piani, deve dar ritmo ao processo de reestruturação da companhia. “Apesar de detalhes do novo plano de ação ainda não estarem claros, vemos o momento como de inflexão para a história da empresa, ressalvados os riscos da empresa e do próprio setor, bastante sensível aos desdobramentos da conjuntura macroeconômica”, explica Esteves.

Cemig (CMIG4): a corretora analisa a queda da Cemig como exagerada, após as medidas anunciadas pelo governo para o setor. “O impacto no resultado da empresa deve ser diluído diante da estrutura diversificada de negócios do grupo”, analisa o analista.

Eternit (ETER3): de acordo com a corretora, o grande atrativo do investimento na empresa está no equilíbrio dos componentes de crescimento e de dividendo de suas ações. Além do crescimento superior ao do setor de construção nos últimos anos, a arrojada política de dividendos resulta em um yield em torno de 8% ao ano, que supera o retorno líquido da taxa básica de juros no Brasil.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.