Fundos imobiliários e ações de consumo são alternativas para dividendos

Na opinião do especialista em fundos imobiliários Arthur Vieira de Moraes, uma boa carteira de dividendos será composta por algumas ações de setores diferentes e alguns fundos imobiliários

Diego Lazzaris Borges

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SÃO PAULO – As ações de empresas de energia elétrica registraram fortes quedas nos últimos dias, depois do anúncio, feito pela presidente Dilma Roussef e pelo ministro de Minas e Energia, Edson Lobão, de redução do preço da energia elétrica a partir de 2013 e de renovação das concessões com vencimentos previstos a partir de 2015.

Com isso, os papéis do setor, que sempre foram considerados uma excelente opção para recebimento de dividendos, deixaram de ser tão atrativos para quem procura uma carteira defensiva baseada no recebimento de proventos das companhias.

Na opinião do especialista em fundos imobiliários Arthur Vieira de Moraes, para quem gosta de receber rendimentos periódicos com a aplicação financeira, os fundos imobiliários são uma boa alternativa e devem estar presentes em uma carteira defensiva diversificada. “[os fundos imobiliários são] Bons para dividendos, pois têm elevado “pay out” (taxa de distribuição do lucro para os acionistas na forma de dividendos ou juros sobre capital próprio) e pertencem a um outro mercado que não está diretamente relacionado às ações”, aponta.

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Para o diretor técnico da Apogeo Investimentos, Paulo Bittencourt, o investidor deve ficar de olho nas empresas ligadas ao setor de consumo. “Estamos vendo dados de comércio bastante positivos e estamos olhando com bastante atenção estas empresas”, disse. Segundo ele, empresas de telefonia e bebida também estão no radar da equipe de gestão e, apesar de estarem crescendo em um ritmo menor, as ações de construção civil também devem ser vistas como uma alternativa.

Na opinião do analista da Gradius Gestão, Felipe Miranda, as ações da JHSF (JHSF3) e da Grendene (GRND3) também são alternativas para quem está atrás de bons proventos. “Gostamos de empresas que pagam bons dividendos, mas que também estão associadas a ganhos de capital, que é o caso dessas duas”, disse.

No caso da Greendene, ele aponta que a empresa possui pay out elevado, de 75% do lucro, e é uma forte geradora de caixa. “Eles têm aproximadamente R$ 1 bilhão em caixa e apesar de não poderem distribuir todo o lucro (parte do caixa vem de incentivos fiscais, não distribuíveis) eles podem reinvestir na própria empresa”, disse. “É uma ação que paga atualmente cerca de 7% de yield, um número muito bom e acreditamos que tem espaço para mais”, disse o analista.

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Commodities e setor financeiro
Na última sexta-feira, a equipe de análise do banco BTG Pactual também divulgou relatório com boas pagadoras de dividendos que estão fora do setor elétrico. Os analistas da equipe de research do banco destacaram setores de telefonia, financeiro e até papéis de empresas atreladas a commodities, como Vale (VALE3, VALE5) e CSN (CSNA3).

No setor financeiro, o time de análise destacou papéis das companhias de cartões Redecard (RDCD3) e Cielo (CIEL3), que pagarão 6,2% e 5,8% de dividendo yield, respectivamente.

Diversificar
Seja investindo em ações ou comprando cotas de fundos imobiliários, quem quiser montar uma boa carteira defensiva deve sempre diversificar, na opinião de Arthur Vieira de Moraes.

“Se você olhar a composição do IDIV (índice de dividendos da bolsa de São Paulo) vai ver que é possível montar uma carteira de dividendos diversificando entre setores: elétricas, consumo interno, bancos, telefonia, utilidades públicas, siderurgia etc. O próprio DIVO11 (ETF) é uma opção de fundo de dividendos bem diversificado”, afirma o agente autônomo de investimentos.

Com a forte queda das elétricas, ele ressalta a relevância de manter ações de diversos setores na carteira. “É importante diversificar empresas, setores e classes de ativos. Alguém que tivesse uma carteira de dividendos composta por 5 empresas do setor elétrico, apesar de parecer diversificado, estava, na verdade, concentrado no risco de um único setor. Os ovos podiam não estar na mesma cesta, mas estavam na mesma granja”, pontua.

Por fim, ele diz que uma boa carteira de dividendos será composta por algumas ações de setores diferentes e alguns fundos imobiliários- também de setores diferentes. “Lajes, shoppings, galpões, etc”, conclui.

Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip