Investe em ações? Saiba como aproveitar melhor o RI das empresas

SÃO PAULO – Quem investe em empresas de capital aberto precisa estar sempre muito bem informado sobre a companhia, com acesso fácil a relatórios, comunicados e qualquer outro tipo de informação que possa ser relvante para o desempenho das suas ações no mercado. O departamento responsável por esta parte de comunicação com os investidores é o RI (Relações com Investidores), que conta com uma equipe capacitada para tirar as dúvidas dos investidores.

“(O RI) É a porta de comunicação do investidor com a empresa. Ele está focado em divulgar os resultados, relatórios, visitar grandes clientes e atualizar o mercado sobre o andamento dos negócios”, afirma o analista-chefe da Corretora SLW, Pedro Galdi.

O analista da Geração Futuro, Lucas Brendler ressalta que o papel da área de RI é fornecer dados sobre a empresa que influenciarão nos resultados dos investimentos, afinal de contas, os investidores são sócios  das instituições e têm o direito de saber como andam os negócios. “O RI deve dar transparência ao investidor em relação aos resultados que a companhia está gerando”, coloca.

Procure o RI
Não é difícil encontrar informações disponíveis nos sites das empresas. Normalmente existe uma seção específica do departamento de RI, com informações que podem ser relevantes aos acionistas, além dos relatórios trimestrais e comunicados recentes. A lista de analistas que fazem a cobertura das ações normalmente também é disponibilizada na página.

“Para poder aproveitar melhor esse serviço é preciso conhecê-lo melhor e ser pró-ativo. Para isso a pessoa deve se cadastrar para receber e-mails com dados relevantes e reuniões que a empresa marca”, aponta o gerente de renda variável da Infinity Asset Management, André Paes.

O analista da Geração Futuro lembra que o investidor também pode mandar email ou ligar para os profissionais que fazem parte do RI, caso tenha algum questionamento. “O investidor tem uma gama de informações, além de canais abertos para tirar dúvidas”, afirma Lucas Brendler.

Entretanto, os especialistas afirmam que, no Brasil, essa prática de procurar conhecer tão bem a empresa ainda não é muito comum. “Poucas pessoas se preocupam com o mercado de ações. Como o investidor não tem tempo para se atualizar, ele precisa se voltar para uma corretora que ofereça esse trabalho, de proporcionar relatórios e notícias em geral”, pontua Galdi.

O analista da Geração Futuro concorda. “A cultura do investimento ainda é muito pequena no Brasil. Nós temos menos de 600 mil cadastros na Bolsa, o que revela um pequeno número de investidores”, conclui Brendler.