À espera de pressão inflacionária e reações definitivas dos BCs como reflexo da pandemia, SPX aposta em juros reais em fundos multimercados

Na passagem de dezembro para janeiro, a gestora acrescentou trecho em que fala sobre a posição na parte de juros

Bruna Furlani

Rogério Xavier, da SPX, durante evento da XP nesta terça. Crédito: Divulgação/XP

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As mudanças estruturais provocadas pela pandemia devem seguir trazendo fortes pressões inflacionárias e exigindo uma “reação mais peremptória” dos bancos centrais neste ano e por “mais algum tempo”. Essa é a opinião da renomada gestora SPX,  que tem o gestor Rogério Xavier entre os fundadores.

Em sua tradicional carta mensal, a casa destacou que as injustiças sociais expostas pela Covid-19 pressionarão por mais programas de transferência. O que, na prática, pode perpetuar políticas emergenciais e provocar o crescimento do déficit público em países que carecem de um contrato social.

Isso sem contar o crescimento de barreiras ao comércio exterior e a exigência de cadeias de produção mais robustas, o que pode pesar sobre os custos de empresas multinacionais, afirma a casa.

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Ao mesmo tempo, a gestora diz que o processo de transição energética exigirá cada vez mais gastos, tanto públicos quanto privados, sem contrapartida de oferta, o que pode ser preocupante por causa do desequilíbrio em termos de demanda e oferta.

Apesar de o cenário seguir bastante desafiador do ponto de vista inflacionário e de juros, a casa não realizou grandes mudanças na passagem de dezembro para janeiro. Em sua carta mensal, chama a atenção que a gestora acrescentou o seguinte trecho ao portfólio de juros Brasil: “Começamos a aplicar em juros reais na parte intermediária da curva”.

Essa parte não constava no último relatório divulgado pela SPX. Outra mudança está no tom da alocação em crédito nos Estados Unidos. Na carta de janeiro, a gestora ponderou que estava agindo de forma cautelosa para alocar em ativos com preço atrativo. A razão, explica, é que a liquidez histórica que o Fed e os demais bancos centrais globais injetaram na economia provocou uma grande expansão de múltiplos e compressão nos spreads de crédito.

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De resto, a SPX destacou que seguiu comprada em inflação implícita no Brasil (com operações em que os gestores ganham quando a expectativa de inflação sobe ao longo do tempo), além de posições com foco na desinclinação da curva na parte curta – entendida por especialistas do mercado como expectativa de redução da diferença entre os juros curtos e longos.

Na parte de juros internacional, os analistas da casa reiteraram que as condições monetárias atuais não estão calibradas para a rápida recuperação econômica e para o avanço da inflação. Nesse sentido, eles acreditam que as taxas de juros globais precisam ficar mais elevadas.

Já no quesito moedas, a casa disse que manteve a alocação comprada em dólar americano e que seguiu com posições que apostam na valorização de certas commodities, como grãos, energia, metais industriais e crédito de carbono.

Enquanto isso, na parte internacional de ações, a SPX continuou com alocações mais defensivas e compradas na bolsa chinesa, com foco na flexibilização da política monetária e fiscal que o País está adotando para impulsionar o crescimento.

Em relação à Bolsa brasileira também não houve alterações: a gestora continua com posições vendidas (que apostam na desvalorização do ativo) em fintechs e no setor de mineração. A SPX manteve ainda alocações compradas nos setores de transporte e financeiro contra o índice, além de alocações relativas no setor de consumo.

Em janeiro, o mundo Nimitz Feeder FIC FIM acumulou um retorno de 2,29% ao ano, contra 0,73% do CDI. No mês passado, a média dos desempenhos dos fundos multimercados de gestão ativa no Brasil, medida pelo Índice de Hedge Funds Anbima (IHFA), ficou em 1,26%

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