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6 oportunidades que o provável corte de juros nos EUA traz para os brasileiros

Renda fixa segue atrativa, enquanto Bolsas entregam novas oportunidades aqui e lá fora

Leonardo Guimarães

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Ainda falta quase um mês para a próxima decisão sobre os juros nos Estados Unidos. O Fomc (comitê de política monetária do Federal Reserve, o banco central norte-americano) volta a se reunir para discutir o tema nos dias 17 e 18 de setembro. Mas o mercado financeiro já sabe o resultado da reunião. Ou pelo menos aposta todas as suas fichas em uma direção: na queda dos juros. 

A divergência está na magnitude do corte. Segundo o monitoramento do CME Group, 76,5% dos agentes do mercado americano acreditam na redução de 25 pontos-base. As apostas em um corte maior, de 50 pontos-base, vêm perdendo força e agora têm 23,5% de adeptos. 

Não é exagero afirmar que um evento programado para o próximo mês já faz preço no mercado e afeta os seus investimentos. A Bolsa brasileira alcançou nível recorde, enquanto a renda fixa passou a entregar rendimento menor, aqui e nos Estados Unidos. Mas ainda há mais impacto por vir, garantem especialistas. Algumas oportunidades surgem na renda variável. Na renda fixa, é hora de correr para aproveitar boas taxas. 

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Confira as análises por ativo:

Treasuries dos EUA

Investir nos títulos públicos dos Estados Unidos ainda vale a pena e traz diversas vantagens para a carteira dos brasileiros, garante Kaique Fonseca, economista e sócio da A7 Capital: “os Treasuries (de prazo intermediário) já pagaram acima de 4% ao ano e hoje remuneram cerca de 3,9%, o que ainda é alto considerando as médias da última década; é uma oportunidade de diversificação geográfica e de moeda, além de oferecer retorno interessante”. 

Ele diz que as taxas “estão muito próximas de uma reprecificação” para baixo e os rendimentos nesses patamares “não devem durar muito”.

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Bonds

Lucas Ghilardi, sócio da The Hill Capital, ainda faz outra indicação, fora dos títulos públicos: “bonds de bancos americanos estão pagando acima de 5,5% ao ano, em dólar; ainda é uma ótima opção para os brasileiros”. 

REITs

Os REITs, primos americanos dos fundos imobiliários são lembrados por Guilherme Morais, analista da VG Research. Ele diz que as cotações avançaram recentemente, “mas ainda tendem a se beneficiar do corte de juros”. 

Ações americanas

As empresas ligadas à inteligência artificial vêm brilhando nas Bolsas americanas. Agora, ações de companhias dependentes do consumo das famílias têm espaço para avançar. Renato Nobile, gestor na Buena Vista Capital, destaca os papéis do Walmart (WALM34) como exemplo de empresa resiliente e que ainda tem preço atrativo. 

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Ele ainda cita as small caps (empresas com menor valor de mercado) como um dos grupos mais beneficiados pela queda de juros. O Russel 2000 é o índice de small caps mais famoso dos EUA e tem o ETF BIWM39 como representante na Bolsa brasileira. 

Renda fixa brasileira

A queda dos juros americanos tira uma parte da pressão sobre a curva de juros brasileira, e ainda pode impactar a renda fixa, que já não paga mais IPCA + 6,5%. Mas ainda é possível comprar títulos intermediários do Tesouro IPCA+ com juro real de pelo menos 5,8%. Fonseca diz que faz sentido comprar papéis de inflação com vencimento entre 8 e 12 anos “para aproveitar o juro real”. 

Ele ainda recomenda investir em títulos curtos do Tesouro Prefixado, com vencimento em até quatro anos, como o Tesouro Prefixado 2027, que paga 11,51% ao ano. “Não faz sentido falar em alta da Selic por enquanto”, então ainda há prêmio a ser capturado nesses papéis, segundo ele. 

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Ações brasileiras

Por aqui, analistas ainda consideram as ações baratas, mesmo após o recorde do Ibovespa. A avaliação é de que a alta recente ainda não foi suficiente para que a Bolsa operasse a um preço considerado justo. Victor Bueno, analista da Nord Investimentos, diz que “ainda há oportunidade em bancos, o que é incomum, já que é um setor com precificação alta. Vemos atratividade no Itaú (ITUB4), tanto para dividendos quanto para crescimento”.