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11 ETFs indicados por analistas para obter renda em dólar no curto e no longo prazo

Com mais de 2.000 opções listadas nos Estados Unidos, especialistas indicam as melhores opções para uma carteira equilibrada

Monique Lima

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ETFs (fundos de índice) são geralmente vistos como portas de entrada para o investidor iniciante no mundo dos investimentos: se forem bem selecionados, são considerados ferramentas capazes de superar o rendimento de estratégias ativas — o que vale também para obter renda em dólar.

Segundo estudo dos professores do Insper Fernando Moraes, Elias Cavalcante Filho e Rodrigo de Losso, 95% dos fundos de gestão ativa não conseguem gerar valor para seus investidores, e com três a cinco ETFs é possível replicar grande parte dos que alcançam bons níveis de desempenho.

Segundo os professores, “uma seleção aleatória de ETFs não é adequada para superar os fundos ativos”, no entanto, “isso pode ser alcançado aplicando métodos guiados específicos para selecionar um conjunto de ETFs”, diz o artigo publicado na revista acadêmica International Review of Financial Analysis em 2021.

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No entanto, a tarefa de seleção não é trivial, especialmente para quem procura ter rendimentos em dólar. Afinal, as bolsas de valores dos Estados Unidos oferecem mais de 2.000 ETFs cobrindo uma variedade de classes de ativos (ações, moedas, REITs, commodities), localizações geográficas (EUA, Europa, Ásia, América Latina) e estratégias de investimento.

Brasileiros, vale lembrar, podem ter acesso a esses produtos, desde que tenham uma conta internacional de investimentos como as oferecidas por Avenue, Banco Inter, Nomad e XP Investimentos.

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Considerando o contexto atual, Rodrigo Aloi, diretor de estratégia da HMC, afirma que os investidores devem distribuir seus recursos de maneira equilibrada entre ETFs que consigam:

Confira, a seguir, 11 ETFs selecionados por analistas para compor uma carteira de renda em dólar.

ETFs para o curto prazo

Para capturar o movimento de alta das bolsas dos Estados Unidos, Aloi destaca os ETFs ligados ao setor de tecnologia.

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“Temos um importante catalisador que está impulsionando as bolsas e ações de tecnologia no curto prazo: a inteligência artificial”, diz Aloi.

Além disso, ele também afirma que, do ponto de vista estrutural, é um setor com potencial por estar relacionado às mudanças para o futuro em todas as áreas.

O ETF que Aloi cita de exemplo para capturar esse movimento de tecnologia é o First Trust NASDAQ-100-Technology Sector Index Fund (QTEC).

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O fundo acompanha o índice Nasdaq 100 e investe nas ações classificadas como tecnologia. Desde janeiro, a valorização do ETF QTEC foi de 47,05%.

Em sua carteira recomendada mensal de ETFs, o Banco Inter também selecionou um fundo para ter exposição à tecnologia, porém, entre ações de menor capitalização: as small techs. O ETF escolhido foi o iShares U.S. Technology ETF (IYW).

Em relatório, os analistas destacam grandes investimentos no setor nos últimos anos e o potencial de crescimento futuro. O fundo teve 51,22% de valorização desde janeiro. Seu benchmark são as ações de tecnologia do índice Russell 1000.

Outra escolha dos analistas para o curto prazo são os títulos de renda fixa dos Estados Unidos. Dos dez fundos listados na carteira do Banco Inter, quatro são de ETFs de renda fixa.

No relatório, os analistas do banco destacam a baixa volatilidade, baixo custo de administração e rendimentos acima do nível histórico devido aos altos juros do país.

As escolhas com maior peso na carteira do Inter são: Vanguard Total Bond Market Index Fund (BND) e iShares 0-3 Month Treasury Bond ETF (SGOV).

Gabriel Meira, sócio da Valor Internacional, também destaca os bons rendimentos da renda fixa dos Estados Unidos, tanto para os títulos de curto prazo do governo como para os títulos de empresas com boa qualidade de crédito. Ele cita duas opções: iShares 1-3 Year Treasury Bond ETF (SHY) e iShares Aaa – A Rated Corporate Bond ETF (QLTA).

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ETFs para o longo prazo

Para o longo prazo, Aloi, da HMC, afirma que é importante os ETFs terem fundamentos sólidos e capacidade de gerar renda para o investidor. Sua principal escolha está atrelada a empresas pagadoras de dividendos.

O diretor cita o First Trust Rising Dividend Achievers ETF (RDVY).

O fundo acompanha um índice Nasdaq focado em dividendos, composto por 50 empresas selecionadas conforme o crescimento de lucro, níveis de caixa em comparação com suas dívidas e distribuição de dividendos. Neste ano, a valorização foi de 11,25%.

Para Lucas Schwarz, analista da VG Research, um fundo diversificado e com baixa taxa de administração é importante na escolha para o longo prazo. Ele cita o Vanguard Total Stock Market ETF (VTI) como o “Santo Graal dos investimentos”.

O fundo é focado nos EUA, abrange ações de valor e crescimento e tem uma taxa de 0,03%.

“O VTI é um ETF que pode funcionar como base neutra para a carteira da maior parte dos investidores e, embora não seja um ‘ETF do momento’, pode ser visto como ‘um ETF para qualquer momento’”, diz o analista. O crescimento do fundo no ano foi de 18.51%.

Já a opção focada em dividendos de Schwarz é o ETF Schwab U.S. Dividend Equity (SCHD).

A estratégia do fundo para a escolha de empresas é mais ampla do que o indicador dividend yield, afirma o analista.

O ETF SCHD considera o histórico, a consistência e o grau de cobertura dos dividendos. A taxa de administração é de 0,06%.

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ETFs para diversificação

Meira, da Valor Internacional, destaca duas opções para sair do padrão de ações. A primeira é o Vanguard Real Estate Index Fund (VNQ). “É uma maneira de ter exposição ao setor imobiliário de forma mais barata”, diz.

A segunda opção é para exposição ao mercado de commodities: Invesco DB Agriculture Fund (DBA).

O fundo é mais diversificado e investe em produtos como trigo, cacau, café, porco, frango, boi, e outros. “É um ETF que oferece uma exposição mais diversificada, diferente do basicão de commodities que é ouro, prata e petróleo.”