Lucarelli, um dos destaques da seleção brasileira de vôlei, vai a Tóquio em busca do segundo ouro olímpico

Apesar de novo, carreira do jogador já teve altos e baixos e, após diversos pódios, ele chega ao Japão como parte essencial da seleção

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Ricardo Lucarreli, jogador da seleção brasileira de vôlei (Alexandre Loureiro/Exemplus/COB)

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Ricardo Lucarelli hoje é um talento irrefutável da seleção brasileira de vôlei, que é uma das favoritas na disputa pelo ouro olímpico em Tóquio. Toda a experiência e dedicação do jogador de 29 anos começaram no início da sua carreira, em Contagem, Minas Gerais, sua cidade.

Chegar ao topo não demorou. Depois de jogar três anos na base do Meritus, ele chamou a atenção do Minas Tênis Clube, um dos times mais tradicionais da modalidade no país.

Assim, de 2010 até 2013, dos 19 aos 21 anos, Lucarelli saiu de sexto ponteiro reserva do time para ponteiro de referência, maior pontuador da equipe e convocado pela seleção brasileira de voleibol masculino. A passagem no Minas pode não ter rendido títulos, mas serviu para o jogador mostrar seu talento para o Brasil de fato.

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“Minha primeira temporada era pra eu ser o sexto ponteiro e com o decorrer da temporada fui ganhando meu espaço. Na outra temporada, eu seria o terceiro ponteiro, mas um jogador se lesionou no pé. Como eu era o suplente, comecei a jogar. Foi um início que eu não esperava, e a oportunidade caiu no meu colo“, disse.

Assim, o jogador começou a alçar seus primeiros voos mais altos, começando pela seleção brasileira. Logo em 2011, primeiro ano como profissional, Lucarelli foi convocado para alguns amistosos, o que significa que a comissão técnica já estava acompanhando o jogador de perto.

Em 2012, teve convocações mais frequentes, inclusive para campeonatos, porém, o que marcou o ano foi o corte da equipe que foi aos Jogos Olímpicos depois dele ter participado até a fase final de treinamento.

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Isso não impediu a comissão técnica da seleção, liderada então por Bernardinho, de convidar o jogador para acompanhar os treinamentos em Londres e servir de suporte para a seleção. Assim, Lucarelli foi à sua primeira Olimpíada mesmo sem estar inscrito para jogar, apenas para aprender com seus ídolos e observar o que, um dia, seria seu palco principal.

“Eu acho que foi parte do processo, me fez valorizar ainda mais o ciclo olímpico. Eu tive a noção do quanto é importante e do quão grande é [a Olimpíada]. Acabei chegando em 2016 com uma vontade enorme, acredito que ter ido e vivenciado 2012 fez crescer ainda mais a vontade de estar nos Jogos”, contou.

Ricardo Lucarreli, jogador da seleção brasileira de vôlei (Alexandre Loureiro/Exemplus/COB)
Ricardo Lucarreli, jogador da seleção brasileira de vôlei (Alexandre Loureiro/Exemplus/COB)

Depois da primeira experiência olímpica, Lucarelli seguiu novos rumos no Brasil também ao se transferir para o Sesi, um dos maiores times, não só de São Paulo, mas do Brasil. Logo na sua chegada, o jogador foi campeão paulista.

Nas duas temporadas em que jogou pelo clube, foi vice-campeão da Superliga, o maior campeonato de vôlei do Brasil. Lucarelli, então, seguiu para o Taubaté em 2015, onde por 5 anos foi um dos destaques da equipe e também viveu seu auge.

No ano seguinte, olímpico, Lucarelli não era mais um jovem aspirante a uma vaga na seleção. Ele era o ponteiro titular do Brasil. Os Jogos eram em casa, no Rio, e a seleção brasileira fez uma campanha incrível, ficando com o ouro.

Lucarelli não só foi essencial para o Brasil como foi eleito o melhor ponteiro da competição inteira. O título olímpico foi histórico, uma seleção imbatível, jovem e determinada a não parar por ali.

Lesão séria e o medo

Em 2017, um susto: Lucarelli sofreu a maior lesão de sua carreira, uma ruptura completa do tendão calcâneo direito, o que o afastou por um ano inteiro e o deixou sem poder vestir a amarelinha durante 2018.

O tratamento da lesão foi intenso e muitos jogadores acabam não voltando na mesma qualidade e intensidade depois de contusões sérias como aquela. Felizmente, Lucarelli não faz parte dessa lista.

O jogador voltou para a temporada de 2018-19 no Taubaté e não só foi campeão da Superliga, como também foi eleito o melhor ponteiro e melhor jogador (MVP) da competição.

Em 2019, veio o auge: após o título nacional, o jogador voltou à seleção brasileira para conquistar mais um troféu importante: a Copa do Mundo de voleibol. O título colocava a seleção, faltando um ano para a Olimpíada de Tóquio, como uma das favoritas ao ouro — até que o mundo parou com a pandemia de coronavírus.

Em 2020, Lucarelli se transferiu para o Trentino, um dos maiores clubes de vôlei da Itália. Porém, logo na sua primeira experiência internacional, foi quando se instaurou a maior crise de saúde do século. Os campeonatos foram adiados, jogos cancelados, meses treinando em casa e, enfim, o golpe fatal: o adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio.

“Foi logo no meu primeiro ano fora do Brasil. Foi bem difícil estar em em um outro país, aprendendo uma nova língua, uma nova cultura. Não pude aproveitar as belezas da Itália e fiquei longe da minha família”, disse. “Nós, atletas, conseguimos continuar trabalhando, mantivemos nosso emprego enquanto muitas pessoas infelizmente perderam, então, mesmo com as dificuldades, a gente que agradecer.”

Volta por cima

Em 2021, com os Jogos de Tóquio marcados novamente, Lucarelli voltou a defender a seleção brasileira, na Liga das Nações, que substitui a antiga Liga Mundial, torneio do qual Lucarelli soma quatro amargos vice-campeonatos.

Com uma campanha incrível e partidas emocionantes, a seleção enfim ganhou a Liga das Nações, somando a carreira de Lucarelli mais um título pela seleção — e colocando mais uma vez o Brasil como um dos favoritos para a Olimpíada que está por vir.

“Era um título que eu particularmente corria muito atrás, tinha jogado 4 finais e perdido as 4. Acredito que dá um gás ainda maior pra gente”, disse. “A gente volta com mais vontade para buscar essa medalha em Tóquio com foco total“, completou o atleta.

A caminho do Japão, Lucarelli é uma peça fundamental e experiente da equipe, mesmo com apenas 29 anos. O jogador tem foco no presente e o seu maior diferencial nunca foi o talento, mas a persistência e dedicação.

Ele é além de tudo uma pessoa humilde, que sabe colocar os pés no chão e mira sempre em ser o melhor possível agora. Sem planos ainda para o futuro, o jogador quer ajudar seu clube e a seleção a ganhar mais títulos e, quem sabe um dia, quando aposentar, seguir trabalhando no mundo do vôlei, sua maior paixão.

**Por Gabriel Benzi

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