Minoritário quer cadeira no conselho de administração da OGX e envia pedido à CVM

Objetivo é que consiga apoio dos acionistas e seja indicado ao cargo já na próxima assembleia geral extraordinária da empresa, no dia 12 de setembro, diz Magalhães

Paula Barra

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SÃO PAULO – Passado mais de dois meses tentando estabelecer um diálogo com os dirigentes da OGX Petróleo (OGXP3) na tentativa de ganhar mais voz dentro da empresa, Willian Magalhães, um dos minoritários com perfil mais atuante, protocolou nesta terça-feira (3), na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), pedido público de procuração para sua possível indicação ao conselho de administração da petroleira. 

O objetivo é que, caso seja votado favoravelmente, consiga se eleger a um lugar no conselho da empresa já na próxima assembleia geral extraordinária, que ocorrerá dia 12 de setembro, às 15 (horário de Brasília), disse Magalhães, em entrevista ao InfoMoney

A empresa tem agora três dias úteis a partir do dia 30 de agosto para enviar a lista de endereços dos acionistas à Magalhães para que ele possa encaminhar a todos os acionistas da empresa o pedido público de procuração. Segundo Magalhães, o diretor de Relações com Investidores da OGX, Roberto Monteiro, disse que estava fora do Brasil e designou duas pessoas para tratar do assunto: uma do departamento de RI e outra do jurídico. 

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A tão esperada assembleia foi agendada no fim de agosto com a intenção de que a OGX discuta e delibere sobre a eleição de novos membros do conselho. Na metade de julho, a empresa anunciou a renúncia de dois conselheiros independentes – Samir Zraick e Luiz do Amaral da França Pereira -, restando no comitê, na época, apenas quatro membros (nenhum deles independente): Eike Batista, que preside a empresa; seu pai, Eliezer Batista, vice-presidente; Aziz Ben Ammar e Rodolfo Riechert.

Com isso, a empresa precisava se readequar, com certa urgência, às regras do Novo Mercado – nível máximo de governança corporativa da BM&FBovespa, do qual a empresa faz parte -, que exige, no mínimo, cinco integrantes no conselho, sendo ao menos um deles independente. A empresa, no entanto, informou no mesmo dia em que comunicou ao mercado a data da assembleia, que teria recomposto seu conselho, com a  indicação de Julio Alfredo Klein Junior para ocupar o cargo de membro independente, enquanto Luiz Eduardo Guimarães Carneiro iria substituir Rodolfo Riechert, que renunciou à posição que mantinha no conselho.

Embora tenha alcançado novamente o número mínimo de conselheiros ainda há cadeiras de sobra no comitê, que tem como limite máximo 13 membros, todos com mandato de um ano. Diante disso, Magalhães abriu sua candidatura aos acionistas da empresa nesta terça-feira e tem o prazo até o dia 11 de setembro – um dia antes da assembleia geral extraordinária da OGX -, às 12h (horário de Brasília) para que os acionistas votem a favor, contra ou se abstenham de sua indicação ao cargo. Caso a maioria seja favorável, Magalhães se tornará automaticamente procurador dos minoritários. 

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Durante entrevista, Magalhães disse que esse seria o primeiro passo para que conseguisse mais voz dentro da empresa. A ideia é que consiga reunir ao menos 2% dos detentores das ações da OGX para que seja colocado em pauta também a instalação do conselho fiscal – uma de suas principais metas.

No fim de agosto, Willian tornou pública uma carta enviada por ele ao acionista controlador da empresa, Eike Batista. O documento começa “cobrando” o controlador pela ausência da reunião marcada em junho e destaca que o objetivo é oficializar as preocupações pelas ações tomadas pela empresa nos últimos meses. Em cima desse ponto, ele abordou três questões: a forma de comunicação entre a empresa e o acionista; a venda de ações da OGX feitas pelo próprio Eike; e a instalação do conselho fiscal. Contudo, ele ressalta que, até o momento, não havia recebido nenhum resposta.

Apesar das dificuldades em se comunicar com a empresa, desde a sua primeira reunião realizada em São Paulo, Magalhães tem colecionado alguns bons progressos, entre eles a união com a SLW Corretora para criação de um fundo para reunir os minoritários da petroleira e o segundo refere-se a contratação de uma assessoria jurídica para dar suporte às suas exigências dentro empresa.