Após anúncio, OGX muda de patamar e passa a buscar a sobrevivência, diz analista

Declaração de suspensão de desenvolvimento em três poços altera todo o cenário para OGX, avalia Planner, ressaltando que restam poucos caminhos para a empresa

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Na manhã desta segunda-feira (1), a OGX Petróleo (OGXP3) enviou um comunicado ao mercado declarando a suspensão do desenvolvimento em três poços do campo de Tubarão Azul, o que fizeram as ações despencarem nesta sessão, levando à queda de outros ativos do grupo. 

Neste cenário, o comunicado altera praticamente todo o cenário no qual se baseavam as expectativas do mercado para a companhia, partindo para outro patamar, “muito mais de sobrevivência do que de crescimento”, avalia o analista da Planner Corretora, Luiz Francisco Caetano.

O analista avalia ainda que, a OGX possui outros ativos que podem ser interessantes, mas precisam de recursos para serem desenvolvidos que, no momento, não existem. “Com isso, restam poucos caminhos para a empresa. Já há algum tempo deixamos de ter preço justo e indicação para OGXP3, pela mais absoluta incapacidade de reunir dados confiáveis para realizar projeções.”, destaca Caetano. 

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Comunicado fatídico para a companhia
O comunicado enviado ao mercado pela OGX detalha que os ativos que todos esperavam que fossem produtivos, na verdade, são inviáveis. Isso porque os três poços que estão em produção podem deixar de produzir no próximo ano e os campos cuja declaração de comercialidade foi feita no ano passado  – Tubarão Tigre, Tubarão Gato e Tubarão Areia – não possuem viabilidade econômica, uma vez que não existe tecnologia capaz de tornar economicamente viável o desenvolvimento dos campos.

Além disso, a empresa ainda terá de continuar pagando a plataforma OSX-1, com capacidade para produzir 60 mil barris por dia e mais US$449 milhões à OSX pelas quebras de contratos. Em função dos problemas nos seus campos, a OGX irá solicitar à OSX a interrupção da construção das seguintes unidades de produção: FPSO OSX-4, FPSO OSX-5, WHP-1, WHP-3 e WHP-4. 

Já o Campo de Tubarão Martelo continuará seu desenvolvimento. A OGX vendeu, no início de maio, uma participação de 40% nas concessões dos blocos BM-C-39 e BM-C-40, localizados neste campo, por US$ 850 milhões à petrolífera malaia Petronas.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.