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SÃO PAULO – O rali impressionante das ações em Wall Street no final do pregão tem raízes, além da busca por ativos descontados e expectativa de corte no juro básico norte-americano, no Japão. O país asiático mostra profundos sinais da crise, apesar de relativamente ignorado pelos mercados.
O problema é que boa parte das receitas do país advém das exportações de produtos com alto valor agregado. Apesar de não admitido ainda pelo governo local, a economia japonesa dá claros sinais de recessão e o iene dá amostra do tamanho do problema. A moeda chegou a atingir o maior patamar frente ao dólar dos últimos treze anos no início da semana, e valorização de 28% na comparação com o euro em apenas um mês.
Para se ter uma idéia, um movimento de US$ 1 no iene impacta a receita anual da Sony em US$ 41 milhões. Diante dos impactos da crise, a Toyota recentemente reportou sua primeira queda de vendas trimestral dos últimos sete anos. A bolsa japonesa também sofre, sendo que mais de 80% de suas empresas são negociadas a preço inferior a seu valor patrimonial.
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Para conter a disparada do iene, cresce no mercado a aposta de que o Bank of Japan pode cortar o juro básico japonês. O impacto deste sentimento ajudou na disparada dos índices acionários norte-americanos no final da terça-feira (28).
Cresce a aposta de corte
Tamanho impacto se deve, além do tamanho do problema sobre a segunda maior economia do mundo, ao fato do Bank of Japan ser reconhecidamente conservador e a taxa básica local, uma das menores do mundo – atualmente em 0,50% ao ano.
A notícia que ajudou a dar fôlego aos mercados nesta terça-feira pode se confirmar na próxima sexta-feira, data da reunião do Bank of Japan. É esperar para ver.