XP vê número de clientes crescer 18% no primeiro trimestre, para mais de 2 milhões

No fim de março, os ativos sob custódia da corretora chegaram a R$ 366 bilhões, uma queda de 10,5% na comparação trimestral

Equipe InfoMoney

Guilherme Benchimol, durante IPO da XP Inc (Foto: Matheus Detoni/Divulgação)

SÃO PAULO — O número de clientes ativos da XP ultrapassou dois milhões nos três primeiros meses deste ano, um crescimento de 18% na comparação com o trimestre anterior.

As informações são da prévia operacional divulgada pela companhia nesta quarta-feira (15). No fim de março, os ativos sob custódia da corretora chegaram a R$ 366 bilhões, uma queda de 10,5% sobre o resultado no fim de dezembro.

O movimento, segundo Bruno Constantino, diretor financeiro (CFO) da companhia, se deve à crise do coronavírus, que provocou fortes quedas no mercado, especialmente em renda variável.

Por outro lado, a pandemia também tem um lado positivo para a XP, disse Constantino, sobretudo no aumento da procura por informações financeiras pelos investidores.

“No longo prazo, essa crise não altera o tamanho da oportunidade que a XP tem de ‘disruptar’  a concentração bancária no Brasil. Está em nosso DNA ficar próximos dos clientes, especialmente em um momento como este”, afirmou.

“A gente sente a vontade das pessoas de interagir mais e aprender. Elas estão mais abertas, mais dispostas a ouvir sobre investimentos. Com juros baixos, quem tem dinheiro investido vai ter que aprender a tomar risco, vai ter que aprender a pensar em médio e longo prazos. A crise está acelerando isso”, completou Constantino.

O diretor financeiro da XP enfatizou que o modelo de negócios da companhia, que visa democratizar o acesso a investimentos no país, segue “intacto” e que a corretora ainda está “apenas na ponta do iceberg”, já que 90% do dinheiro investido no Brasil hoje continua dentro dos grandes bancos.

Sobre o futuro, Constantino disse que a XP não alterou metas internas devido à pandemia, as quais não são públicas, e afirmou que a empresa segue determinada em atingi-las.

“Não fazemos um guidance anual porque sempre olhamos o médio e longo prazos, de três a cinco anos. Nesse período, a nossa receita bruta deve ter crescimento médio anual de 35% ou mais, com avanço médio anual entre 18% e 22% do lucro líquido ajustado.”

No primeiro trimestre de 2020, a receita bruta da XP deve ter crescimento de mais de 60% sobre o mesmo período de 2019, somando R$ 1,6 bilhão. Já a margem líquida ajustada deve subir 4 pontos percentuais, para 22%.

Constantino disse que a XP antecipou investimentos na melhoria de sistemas para evitar problemas técnicos na plataforma da corretora, como os apresentados no primeiro trimestre — os quais, segundo ele, ocorreram por causa da enxurrada de operações na bolsa com a tensão gerada pelo coronavírus.

“Foi um aprendizado, agora temos uma plataforma muito mais robusta do que antes da crise”, disse. O NPS da XP, um índice de satisfação dos clientes, caiu um ponto no trimestre, passando de 73 para 72.

“Não estou diminuindo o tamanho da crise, mas quando olho nossa posição em relação a outras crises que enfrentamos, estamos em posição privilegiada”, concluiu o executivo.

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