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SÃO PAULO – A XP Investimentos iniciou nesta segunda-feira (24) a cobertura das empresas do setor de seguros: entre as ações com visão mais otimista pela equipe de análise, estão as do IRB (IRBR3), apesar da alta de 249% desde a abertura de capital.
No relatório assinado pelo analista André Martins, os papéis da companhia de resseguros já começaram a ser acompanhados com recomendação de compra. “Raramente vemos empresas com tantos atributos positivos como o IRB e, apesar de sua performance de 249% desde o IPO [oferta pública inicial, na sigla em inglês], acreditamos que haja espaço para mais”, escreve Martins.
De acordo com ele, quem trabalha no setor confirma que a posição do IRB no mercado é tão sólida quanto a empresa aponta que é. Além disso, a combinação de crescimento com Retorno sobre o Ativo (ROE) mais alto justificaria, na visão do especialista, múltiplos de valor de mercado dividido pelo lucro de 18,7 vezes e 15,9 vezes respectivamente para 2019 e 2020.
O preço-alvo estabelecido pelo analista é de R$ 120,00 por ação, o que representa uma alta de 21% em relação ao valor atual dos papéis.
E não é só o IRB que é visto com bons olhos pela XP. O viés é positivo para o setor como um todo diante de melhores perspectivas econômicas para o final de 2019 e início de 2020, o que se alia à baixa penetração de seguros no Brasil e o trabalho das empresas em compensar menores ganhos financeiros com eficiência.
Hoje, o índice de penetração dos prêmios emitidos pelas seguradoras em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) está 2% abaixo da média global.
“Vemos espaço significativo para o crescimento do setor no Brasil a partir do segundo semestre de 2019. Tal visão apoia-se principalmente no fato de que a população e as empresas demandam mais este produto em tempos de recuperação econômica e crescimento consistente”, aponta o research.
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Apesar disso, há algumas questões específicas que devem ser acompanhadas de perto. Uma delas é que o segmento de seguros para automóveis não deve crescer na mesma proporção que o seguro saúde.
Isso significa que a SulAmerica (SULA11) está bem posicionada para atender à demanda da população. A empresa é a segunda maior seguradora de saúde do Brasil, aumentando constantemente sua participação de mercado e sendo referência como uma companhia que soube controlar o impacto de sinistros durante a crise econômica.
O preço-alvo das ações da SulAmerica é de R$ 43,00 por papel, o que corresponde a uma valorização de 26% sobre o nível desta sexta-feira. A recomendação é de compra.
Na contramão, Porto Seguro (PSSA3) ganhou uma recomendação neutra, pois apesar de ser uma empresa com boa gestão e que se beneficiará muito da retomada no crescimento econômico, não possui gatilhos nos próximos 12 meses que justifiquem uma projeção de lucro acima do consenso dos analistas.
Para a Porto Seguro, o preço-alvo estabelecido pela XP é de R$ 58,00 por ação, o que significa alta de 7% em relação ao valor atual.
Outro ponto que a XP destaca é que o poder de distribuição de dividendos é o grande trunfo para a BB Seguridade (BBSE3) se recuperar do desempenho fraco nos últimos anos. A recomendação colocada foi de compra, com boas perspectivas para que a empresa se beneficie de um cenário macroeconômico melhor.
Um dos motivos para isso é que se o PIB ganhar força e o desemprego finalmente ceder, o Banco do Brasil (BBAS3) pode acelerar a concessão de crédito para Pequenas e Médias Empresas (PMEs) e pessoas físicas.
Porém, o grande atrativo de BB Seguridade continua a ser sua forte distribuição de proventos a acionistas. “O rendimento de dividendos de 5,3% e 5,9% para 2019 e 2020 se mostra atrativo contra uma [taxa de juros básica] Selic de 5,75% prevista para o final de 2019, segundo o Relatório Focus”, aponta André Martins. O target para a ação BBSE3 é de R$ 39,00, o que corresponde a um potencial de valorização de 21% em relação ao fechamento do último pregão.