XP Investimentos deve entrar na disputa pelas operações do Citi no Brasil

Presidente da XP Investimentos, Guilherme Benchimol, disse ao Estadão que é um dos interessados na operação de varejo do banco, mas que não iniciou conversas ainda

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após notícias de que o Santander (SANB11), o Itaú Unibanco (ITUB4) e até os chineses estariam interessados na operação de varejo do Citigroup no Brasil, a XP Investimentos afirmou que deve entrar na disputa. 

O presidente da XP Investimentos, Guilherme Benchimol, disse ao jornal O Estado de S. Paulo, que é um dos interessados na operação de varejo do banco e que o anúncio do Citi coincidiu com a decisão dos sócios de dar andamento a um projeto de quase três anos de criação de um banco virtual. “Faria todo o sentido para nós agora. Um passo relevante para nossa estratégia”, afirmou. “Vamos nos aproximar por meio de nossos sócios estrangeiros, que são muito capitalizados”, informou, lembrando que as conversas ainda não foram iniciadas.

Com R$ 30 bilhões em ativos e 110 mil clientes, a XP registrou R$ 700 milhões em receitas em 2015, alta de 40% na comparação com 2014, e lucro de R$ 140 milhões, crescimento de 225% na comparação anual. 

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O jornal também afirma que o Santander deve se envolver em uma possível negociação desde que a compra faça sentido, estendendo o interesse para a Argentina e Colômbia, onde o Citi também colocou à venda suas operações de varejo. 

Na semana passada, a agência Dow Jones afirmou que o Itaú e o Santander eram os prováveis compradores dos ativos do Citigroup no Brasil, Argentina e Colômbia. “O portfólio de clientes do Citibank em toda a região consiste principalmente de clientes de alta renda, o que é atraente para os concorrentes por causa dos altos retornos” associados a essas contas, disse um executivo de um banco com operações no Brasil, que pediu para não ser identificado. Analistas estimam que o Citi poderia conseguir entre R$ 6 bilhões e R$ 10 bilhões (US$ 1,48 bilhão e US$ 2,47 bilhões) com a venda de suas unidades brasileiras, diz a publicação.

O Citi confirmou na última sexta-feira a intenção de vender suas operações de Consumer Bank nos três países. Os negócios, que incluem as operações de banco de varejo e cartões de crédito, serão transferidos do Citicorp para a Citi Holdings e apresentarão seus relatórios de resultados financeiros como parte da Citi Holdings, efetivo a partir do primeiro trimestre de 2016.

“O Citi manterá uma sólida presença no Brasil, na Argentina e na Colômbia com o objetivo de continuar atendendo seus principais clientes corporativos e institucionais nestes mercados”. No comunicado, o CEO do Citi, Michael Corbat, disse que, “embora os nossos negócios de varejo no Brasil, na Argentina e na Colômbia sejam de alta qualidade, decidimos focar esforços nas oportunidades com os nossos clientes institucionais nesses países e em toda a região”, afirmou em nota. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.