WeWork garante novo financiamento de US$ 1,1 bilhão do SoftBank

Empresa passa por uma reestruturação após cancelar seu IPO e mergulhar em crise

Pablo Santana

Fachada da WeWork em um de seus escritórios compartilhados (Foto: Divulgação)

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SÃO PAULO – A WeWork anunciou nesta quinta-feira (13) um novo aporte de US$ 1,1 bilhão liderado pelo SoftBank, seu principal investidor.

Essa é a última parcela da rodada de financiamentos feita pelo conglomerado japonês na startup, fruto de um acordo firmado entre as companhias em outubro de 2019, quando o SoftBank assumiu o controle da WeWork após o cancelamento do seu IPO e revelações que levantaram desconfianças sobre sua administração interna.

Em um e-mail enviado aos seus funcionários, a empresa confirmou que reduziu seus custos de operação pela metade desde o final do ano passado e que seus negócios foram severamente impactos pela pandemia de coronavírus. 

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“Nossos esforços iniciais para nos tornarmos uma organização mais simplificada e consciente do dinheiro nos colocam em uma posição melhor para nos adaptarmos rapidamente, navegar por novas realidades e cumprir nossos objetivos de negócios futuros”, disse Kimberly Ross, diretor financeiro da WeWork.

A empresa perdeu 81 mil membros no segundo trimestre encerrado em junho, de acordo com seu balanço. A empresa encerrou o último trimestre com 612 mil membros, contra 693 mil membros registrados no final do trimestre anterior.

A receita no trimestre atingiu US$ 882 milhões, um aumento de 9% em relação ao mesmo período do ano passado, porém inferior aos US$ 1,1 bilhão reportados no primeiro trimestre de 2020.

A empresa afirmou ter US$ 4,1 bilhões disponíveis em seu caixa, valor que inclui os US$ 1,1 bilhão do novo financiamento.

“Embora a receita tenha diminuído em relação ao primeiro trimestre, devido a interrupções nos negócios relacionadas à Covid-19, nossa base financeira em geral, assim como nosso pipeline de vendas, continuam a crescer mais fortes”, escreveu Ross.

Os resultados foram divulgados quase um ano depois de a WeWork ter anunciado seus planos de realizar um IPO. Na época, a empresa estava avaliada em US$ 47 bilhões e parecia prestes a ser uma das ofertas públicas iniciais mais promissoras do ano.

Porém, após documentos enviados a investidores revelarem graves falhas de governança e na gestão da empresa, a startup suspendeu seus planos iniciais e, em pouco tempo, teve sua avaliação reduzida para US$ 8 bilhões – precisando ser socorrida pelo SoftBank.

Desde então, a empresa passa por uma reformulação administrativa e tenta acertar suas contas para seguir com seu plano de expansão.

O SoftBank também está envolvido em uma disputa legal com membros do comitê especial do conselho da WeWork depois de desistir da compra de US$ 3 bilhões em ações da startup.

O conglomerado japonês confirmou um prejuízo de 700 bilhões de ienes (US$ 6,6 bilhões) no ano fiscal encerrado em março por conta dos seus investimentos na empresa de coworking.

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Pablo Santana

Repórter do InfoMoney. Cobre tecnologia, finanças pessoais, carreiras e negócios