Votorantim compra 5,1% da Hypera de olho em diversificação

Valor da operação não foi divulgado, mas, considerando preço da ação da Hypera na sexta, holding desembolsou mais de R$ 1,2 bi pela fatia na farmacêutica

Anderson Figo

Marcas da Hypera (Reprodução/Site)

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A holding Votorantim anunciou nesta segunda-feira (8) a compra de 5,11% da Hypera (HYPE3), uma das maiores farmacêuticas do país, dando continuidade a um movimento de diversificação de portfólio.

O valor da operação não foi divulgado em carta enviada pela companhia à Hypera, mas, considerando o preço da ação da farmacêutica na última sexta-feira (5) — de R$ 37,45 —, a holding desembolsou mais de R$ 1,2 bilhão pelo negócio.

Em comunicado, a Votorantim disse que a aquisição se deu por meio da contratação de instrumentos financeiros derivativos com liquidação financeira (swaps) referenciados nas ações. Foram adquiridos 32.398.300 papéis.

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Além disso, a Votorantim também diz que não pretende alterar a composição de controle acionário atual da Hypera. Hoje, o maior acionista da farmacêutica é seu fundador, o empresário João Alves de Queiroz Filho, com mais de 21% da companhia.

A Hypera foi fundada em 2001 e é dona das marcas/medicamentos Engov, Benegrip, Zero-Cal, Lisador, Atroveran, Dramin, Buscopan, Coristina D, Epocler, Estomazil, Neosaldina, Vitasay 50+, Biotônico Fontoura, Neo Química, entre outras.

A Votorantim, da família Ermírio de Moraes, vem diversificando seu portfólio nos últimos anos. Em 2022, por exemplo, a holding entrou no setor de infraestrutura, comprando uma fatia na CCR (CCRO3). O grupo industrial também tem negócios em setores como mineração, cimentos, bancos e energia.

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No ano passado, holding Votorantim teve queda no lucro líquido de 23,3% frente a 2021, impactada em especial por efeitos contábeis não recorrentes e pressão de custos. O valor ficou em R$ 5,46 bilhões, em comparação a R$ 7,12 bilhões vistos no ano anterior.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, sem contar a Votorantim Finanças, que detém, por exemplo, fatia no banco BV, ficou em R$ 10,46 bilhões, contra R$ 11,46 bilhões no ano anterior.

A Votorantim teve alta de 8% na receita líquida do ano, para R$ 52,9 bilhões, mas viu também uma pressão de custos em seus negócios, diante de problemas na cadeia de fornecimento global. O grupo ainda não divulgou o balanço do primeiro trimestre de 2023.

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Já a Hypera teve aumento de 5,5% no lucro líquido das operações continuadas em 2022, frente a 2021, para R$ 1,7 bilhão. A receita líquida avançou 27,1% na mesma base de comparação, chegando a R$ 7,55 bilhões. O Ebitda das operações continuadas foi de R$ 2,65 bilhões, alta de 29,3% sobre o resultado de 2021.

No terceiro trimestre de 2023, a Hypera obteve lucro líquido das operações continuadas de R$ 339,4 milhões, montante 2,9% inferior ao reportado no mesmo intervalo de 2022. O Ebitda das operações continuadas totalizou R$ 580,3 milhões, uma elevação de 16,1% na mesma base de comparação. Já a receita líquida somou R$ 1,698 bilhão, crescimento de 13,7% contra o primeiro trimestre do ano passado.

Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.