Voos internacionais ficam parados até meio de 2021, diz Qantas

Setor deve ter perda recorde de US$100 bilhões neste ano e no próximo, de acordo com a Associação Internacional do Transporte Aéreo

Bloomberg

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(Bloomberg) – Enquanto surtos de coronavírus mantiverem as fronteiras fechadas, as viagens internacionais não serão retomadas até meados de 2021, avisou o CEO da Qantas Airways, Alan Joyce.

Rotas para os EUA podem permanecer fechadas por ainda mais tempo, só reabrindo amplamente para companhias aéreas estrangeiras após uma vacina ser distribuída, disse o executivo nesta quinta-feira.

O próximo ano “será outro ano ruim”, disse Joyce a repórteres durante teleconferência realizada após a companhia aérea apresentar o primeiro prejuízo desde 2014. “A recuperação levará algum tempo e será instável.”

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As expectativas de uma recuperação arrastada refletem o ressurgimento da Covid-19 em várias partes do mundo, incluindo Europa, Japão, Austrália, Hong Kong e Nova Zelândia. Esses episódios têm esfriado a esperança na criação de corredores limitados de voo entre alguns países que antes tinham contido o vírus.

A maior parte da frota internacional da Qantas ficará parada até junho de 2021. Mesmo nos 12 meses seguintes, a companhia provavelmente vai operar metade da agenda de voos internacionais que existia antes do coronavírus, segundo Joyce.

A empresa sediada em Sydney se juntou a Cathay Pacific Airways e American Airlines Group no rol de companhias aéreas que divulgaram prejuízo recentemente após a quase destruição de seus negócios regulares.

A Qantas não espera ganhar dinheiro no ano que vem.

A pior crise de todos os tempos na aviação é também um retrocesso para o líder da Qantas, que precisará reestruturar a empresa outra vez depois de evitar seu colapso em 2014.

O setor deve ter perda recorde de US$100 bilhões neste ano e no próximo, de acordo com a Associação Internacional do Transporte Aéreo, que entende que o tráfego não voltará aos níveis anteriores à crise até 2024.

“O impacto da Covid em todas as companhias aéreas é claro”, disse Joyce. “É devastador e será uma questão de sobrevivência para muitas delas.”