Volkswagen substitui CEO da Audi em momento de fraqueza ante rivais

Mudança ocorre após liderança da VW sinalizar que a Audi estava aquém de seu potencial

Bloomberg

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A Volkswagen substituiu o presidente-executivo de sua marca premium Audi, já que a maior montadora da Europa busca se manter na corrida dos carros elétricos e reverter a queda nas vendas na China.

Gernot Döllner, assumirá a liderança da marca no lugar de Markus Duesmann em setembro, disse a Audi nesta quinta-feira (29), confirmando apuração da Bloomberg.

A mudança ocorre depois que Oliver Blume, que lidera a VW há menos de um ano, destacou no início deste mês que a Audi estava aquém de seu potencial quando delineou uma série de medidas para melhorar o desempenho em todo o grupo .

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Duesmann, comanda a Audi – a “vaca leiteira” da VW ao lado da Porsche – desde 2021. Ex-executivo da BMW, o executivo teve como marca o atraso na estratégia de lançamento de seus principais modelos, levando a atritos com a Porsch. Blume, que também dirige a Porsche, cancelou no ano passado o prestigioso veículo autônomo da Audi por causa do progresso lento.

“A Audi caiu um pouco em termos de promessas de produto e conceito de produto em comparação com Mercedes ou BMW”, disse Philippe Houchois, analista global de automóveis da Jefferies. “A formação da Audi envelheceu e Duesmann esteve sob pressão por algum tempo.”

Em Döllner, a Audi está apostando em um ex-executivo da Porsche que trabalhou ao lado de Blume em uma jornada de 30 anos na VW. Ele atualmente lidera a estratégia do grupo.

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Blume está tentando injetar mais urgência nos esforços da VW para acompanhar a transição de carros elétricos (EV, em inglês) e digitais. No topo de sua agenda está a execução e a entrega do produto – geralmente os pilares da VW – depois que os caros investimentos em EV e planos de software do antecessor Herbert Diess tiveram problemas. A empresa está enfrentando uma erosão alarmante de participação de mercado na China depois que falhas de software irritaram os clientes e os concorrentes avançaram com modelos EV mais atraentes.

Gernot Döllner, novo CEO da Audi (Divulgação)
Gernot Döllner, novo CEO da Audi (Divulgação)

Na conferência de investidores da VW no início deste mês, Blume também disse que os modelos elétricos da Audi não estavam acompanhando a China, o maior mercado da marca. As entregas globais caíram por três anos consecutivos para 1,61 milhão no ano passado, o nível mais baixo desde 2013. Nos primeiros três meses deste ano, a Tesla Inc. saiu na frente com 422,9 mil veículos contra 415,7 mil unidades da Audi.

A saída de Duesmann é a mais recente de uma série de mudanças na administração, já que Blume deixa sua marca na extensa montadora alemã, conhecida por suas brigas internas e lutas pelo poder. No ano passado, ele encolheu o inchado conselho de administração da VW, removendo os cargos de vendas e compras. Ele também instalou um novo líder para a unidade de software Cariad em dificuldades.

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