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SÃO PAULO – Ao avaliar as projeções de boa parte dos analistas para os resultados trimestrais da Vale (VALE3, VALE5), o investidor encontra consenso em relação a dois pontos principais: os volumes de venda e os preços dos metais mostrarão queda, enquanto a margem operacional registrará melhora em relação ao trimestre imediatamente anterior.
No geral, os analistas consultados pela InfoMoney não esperam grandes surpresas do balanço trimestral da mineradora, a ser divulgado nesta quarta-feira (6) após o fechamento dos mercados brasileiros. O consenso é de que os números continuarão fracos, mostrando o impacto da crise internacional na demanda por metais.
“Fortes quedas na produção siderúrgica mundial e na atividade industrial como um todo têm reduzido a demanda por matérias-primas de forma expressiva”, comenta a Brascan Corretora. Os analistas da Planner completam, alertando que esse recuo na procura afetou especialmente a China, “principal consumidor dos produtos da Vale”.
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Volumes e preços menores
Assim como aconteceu no último trimestre de 2008, a expectativa é de que os resultados dos três primeiros meses de 2009 sejam impactados por preços mais baixos das commodities metálicas. De acordo com a Ágora Corretora, em relação ao último quarto do ano passado, os preços médios do níquel, do cobre e do alumínio foram reduzidos em 4,7%, 11% e 24%, respectivamente.
Já no caso do minério de ferro e das pelotas, a estimativa é de maior estabilidade. “Todavia, consideramos um pequeno desconto em relação aos preços firmados nos contratos de longo prazo em função das atuais condições de mercado”, ressalva a Brascan.
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Além da queda dos preços, os analistas também preveem impactos negativos da redução do volume de vendas. Segundo a Brascan, essa queda deve atingir cerca de 10% em relação ao trimestre imediatamente anterior.
Melhora das margens operacionais
Ao avaliar os resultados da Vale, os investidores devem ter em mente a continuidade do processo de corte de produção e redução de custos que a empresa adotou para se adaptar ao atual cenário. Segundo os analistas da Planner, essas medidas devem resultar em margens operacionais melhores no primeiro trimestre de 2009 do que nos últimos meses de 2008.
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Além disso, merece destaque também o fato de que no final do ano passado, a empresa incluiu em seu balanço diversas despesas não-recorrentes, o que não deve acontecer neste ano. “Esperamos a melhoria das margens operacionais da Vale no primeiro trimestre de 2009 em função da não ocorrência de itens extraordinários que impactaram negativamente os resultados da mineradora no último trimestre de 2008”, afirma a Ágora, que prevê uma margem Ebitda (geração operacional de caixa sobre receita líquida) de 43,2%, acima dos 37,7% registrados pela Vale no ano passado.
Indicadores financeiros
É importante notar, contudo, que essa melhora esperada nas margens da empresa acontece apenas na comparação com o trimestre imediatamente anterior. Em relação ao primeiro quarto de 2008, os números mostram recuo, assim como as expectativas de receita e Ebitda.
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Na base de comparação anual, o único dentre os três principais indicadores financeiros que mostra aumento é o lucro líquido, com a média das estimativas apontando R$ 3,698 bilhões.
(em R$ milhões) | Projeção 1T09* | 1T08 | % |
Receita Líquida | 14.124 | 14.125 | 0,00% |
Ebitda** | 6.565 | 6.638 | -1,10% |
Lucro Líquido | 3.698 | 2.253 | +64,14% |
*Projeção média dos analistas de Ágora e Planner
**Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização
Recomendações
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Vale destacar que mesmo com as previsões de resultados mais fracos no primeiro trimestre, os analistas das três corretoras – Ágora, Brascan e Planner – recomendam a compra dos papéis da mineradora.