Usiminas quer reduzir jornada de funcionários administrativos em 1 dia por semana

Em medida inédita na história da empresa, jornada de trabalho de funcionários administrativos do grupo siderúrgico deixaria de incluir um dia de trabalho por semana

Reuters

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SÃO PAULO – A Usiminas (USIM3;USIM5) vai iniciar negociação com sindicatos para reduzir a jornada de trabalho de funcionários administrativos do grupo siderúrgico em um dia por semana, em uma medida inédita na história da empresa tomada para preservação de postos de trabalho e após decisão de desligamento de dois alto-fornos a partir do final deste mês.

A proposta envolve 3.000 funcionários administrativos na Usiminas, Usiminas Mecânica, Soluções Usiminas e Mineração Usiminas. A empresa emprega no total 20 mil trabalhadores.

O corte prevê redução proporcional de salários e o prazo máximo permitido por lei é de seis meses. A empresa não soube informar por quanto tempo a medida será necessária.

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Segundo dados do Instituto Aço Brasil, o consumo aparente de aços planos no Brasil deve cair 6 por cento este ano, pressionada em grande parte pela indústria de veículos, que de janeiro a abril acumulou queda de 17,5 por cento na produção sobre o mesmo período do ano passado.

“Em face deste cenário econômico adverso, a Usiminas permanece trabalhando em redução de custos, mas com foco maior no aumento da eficiência operacional de suas linhas de produção”, afirmou a empresa em comunicado à imprensa.

A empresa decidiu desligar temporariamente os altos-fornos 1, da usina de Cubatão (SP), e 1 da usina de Ipatinga (MG), a partir de 31 de maio e 4 de junho, respectivamente. Com isso, a produção de ferro gusa será reduzida em aproximadamente 120 mil toneladas por mês.

A Usiminas encerrou o primeiro trimestre com quedas de 16,5 por cento na produção de aço, para 1,38 milhão de toneladas, e de cerca de 10 por cento na produção de minério de ferro, para 1,46 milhão de toneladas, na comparação com o mesmo período do ano passado. O prejuízo somou 235 milhões de reais, ante resultado positivo de cerca de 222 milhões nos três primeiros meses de 2014.