Usiminas marca nova reunião com sindicato de Cubatão antes de parada de produção de aço

Usiminas mantém o prazo de 31 de janeiro para desativar o alto-forno que responde por 70% da capacidade da usina; um segundo alto-forno da usina, de menor porte, está parado desde maio passado

Reuters

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SÃO PAULO (Reuters) – A Usiminas (USIM5) deixou para depois do dia 14 o início das demissões de funcionários diretos de sua usina siderúrgica em Cubatão, no litoral de São Paulo, informou o sindicato de metalúrgicos da região nesta sexta-feira.

Representantes da companhia e do Sindicato dos Siderúrgicos e Metalúrgicos de Santos e Região tiveram reunião encerrada no início da noite da véspera para discutir alternativas para demissões de 4 mil funcionários da usina em meio à decisão da Usiminas de encerrar a produção de aço em Cubatão.

“A reunião de ontem foi tensa e demorada (…) Era já para ter começado (as demissões), mas vamos ter uma nova reunião na próxima quinta-feira, dia 14”, afirmou o presidente do sindicato, Florêncio Rezende de Sá.

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Segundo ele, a Usiminas mantém o prazo de 31 de janeiro para desativar o alto-forno que responde por 70 por cento da capacidade da usina, que produziu no ano passado até setembro 3,8 milhões de toneladas de aço. Um segundo alto-forno da usina, de menor porte, está parado desde maio passado.

“Chegaram (representantes da Usiminas) a ventilar a possibilidade de abertura de um PDV (programa de demissão voluntária), mas depois descartaram a possibilidade”, disse Sá.

Procurada, a Usiminas disse que apresentou um conjunto de medidas que vão além das obrigações legais para minimizar os impactos gerados aos funcionários com a parada de produção de aço na unidade.

As medidas incluem propostas como manutenção de planos de saúde e odontológico por 3 a 6 meses, prioridade na recontratação quando os equipamentos forem reativados e remanejamento interno de alguns profissionais para outras áreas da usina, além de cursos de recolocação profissional, informou a companhia.

“A Usiminas espera que as negociações prossigam com bom senso, visto que as medidas apresentadas representam suas possibilidades financeiras e tendo em vista o cenário de profundos desafios vivido pela indústria do aço”, comentou a empresa.

Sá afirmou que a usina está sem produzir aço desde sexta-feira passada, mas que as áreas de laminação seguem operando normalmente com estoque. Isso ocorreu por causa de um problema no alto-forno que danificou equipamentos conhecidos como “ventaneiras”, que permitem a entrada de oxigênio e outros gases para a produção de aço.

“Eles trabalharam sem parar para trocar 32 das 33 ventaneiras do alto-forno”, disse Sá. “Agora ele está desde ontem em fase de reaqueciamento para voltar a produzir no domingo”, acrescentou.

(Por Alberto Alerigi Jr.)