Uma análise das previsões tecnológicas que não se concretizaram

Pesquisadores e startups achavam que chegaríamos em 2020 com veículos voadores e autônomos. Não foi o que aconteceu

Bloomberg

(divulgação)

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(Bloomberg) — Prever o futuro é difícil, mesmo para as pessoas com mais poder para influenciá-lo. Em 2013, Jeff Bezos previu que a Amazon.com entregaria pacotes por drones em quatro a cinco anos.

Aqui estamos, sete anos depois, e os robôs voadores imaginados por Bezos ainda estão em fase de testes e acabaram de receber aprovação regulatória nos Estados Unidos.

A adivinhação corporativa é uma prática comum no setor de tecnologia, e os executivos tendem a escolher números redondos como prazos para suas fantasias tecnológicas.

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Assim, com o fim de 2019 chegando e nos aproximando de uma nova década, vamos analisar o que aconteceu com algumas das previsões da indústria de tecnologia para 2020.

1. Os chips de computador quase não consumirão energia

Gordon Moore era famoso por sua previsão sobre o desenvolvimento de computadores mais baratos e avançados. A Intel, empresa cofundada por ele, continuou no jogo dos prognósticos anos depois da aposentadoria de Moore, com resultados variados.

Em 2012, a Intel previu uma forma de computação onipresente que consumiria quase zero de energia até 2020. O prazo está quase acabando e a bateria da maioria dos celulares precisa ser recarregada depois de um dia.

O i9, o mais recente chip de computador topo de linha da Intel, requer 165 watts de energia, mais do que o dobro de uma televisão de 65 polegadas.

2. Nove em cada 10 pessoas com mais de 6 anos terão um telefone celular

Em 2014, a Ericsson Mobility estimou que 90% das pessoas no planeta com mais de 6 anos possuiriam um telefone celular até 2020. É uma previsão difícil de medir, mas uma visita aos países em desenvolvimento sugere que não estamos nem perto.

A empresa de pesquisa Statista estima uma taxa de penetração global de 67%. Um marco alcançado nesta década é o número de contas de telefonia móvel, que excedeu a população mundial pela primeira vez, de acordo com dados compilados pelo Banco Mundial. A estatística é distorcida por pessoas que usam vários dispositivos.

A preocupação com os potenciais efeitos nocivos do videogame e do uso excessivo de redes sociais por crianças pode significar que a previsão nunca irá se materializar. Agora, há um movimento nacional nos EUA incentivando os pais a esperarem até a oitava série (13 anos) antes de permitir que usem um smartphone.

3. Toyota fabricará carros totalmente autônomos

As empresas automobilísticas e de tecnologia ficaram convencidas nesta década de que os computadores em breve seriam capazes de dirigir carros com mais confiabilidade do que as pessoas. Em 2015, a Toyota Motor apostou que teria carros totalmente autônomos nas estradas até 2020.

Não demorou muito para a euforia esfriar. Em 2018, um pedestre morreu após a colisão com um carro autônomo do Uber.

Em 2020, a marca Lexus da Toyota apresentará um carro capaz de dirigir de forma autônoma nas estradas, mas os executivos reconheceram que as montadoras “estão revisando significativamente sua linha do tempo para a implantação da inteligência artificial”.

4. Uber lançará carros voadores

Quando o Uber Technologies se comprometeu a cumprir uma promessa dos Jetsons, deu apenas três anos para realizar a proeza. Pode ter certeza de que você não poderá pedir um Uber voador já no ano que vem.

A empresa continua a explorar o conceito com reguladores. Este ano, o Uber introduziu uma forma de veículo voador que não é particularmente inovadora: está operando trajetos de helicóptero na cidade de Nova York.

Na última sexta-feira, o Uber disse que trabalha com uma startup, a Joby Aviation, para desenvolver o “compartilhamento de viagens aéreas” e estabeleceu um novo prazo: 2023. O CEO do Uber, Dara Khosrowshahi, tuitou: “Chegando perto…”

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