Um caipira de R$ 400 mi: ele cresceu sem eletricidade e fundou uma das maiores companhias de energia do país

Wilson Poit fundou a Poit Energia aos 40 anos. Em poucos anos a empresa virou referência no setor e foi vendida por US$ 190 milhões

Letícia Toledo

SÃO PAULO – O empreendedor Wilson Poit parecia destinado a construir negócios medíocres. Entre os 28 e os 40 anos Poit abriu (e fechou) cinco empresas nos mais variados setores, como uma loja de material de construção, uma transportadora e até um sítio destinado à produção de mangas .

“Eu nunca quebrei feio, nunca fui à falência, mas sempre andei de lado. Eu fundava empresas que não escalavam, que não iam para frente”, explica Poit em entrevista ao podcast Do Zero ao Topo.

Foi apenas aos 40 anos, em 1999, que o empresário fundou a Poit Energia, uma companhia de aluguel de geradores que, em poucos anos, o colocou na lista dos empreendedores brasileiros de maior potencial.

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Com a ascensão, Poit começou a receber mentorias de nomes como Jorge Paulo Lemann e Beto Sicupira, sócios da 3G Capital, e Salim Mattar, fundador da Localiza. A empresa virou caso de estudo em universidades nacionais e internacionais. Em 2012, foi vendida para a britânica Aggreko por US$ 190 milhões, cerca de R$ 400 milhões no câmbio da época.

Ironicamente, Poit nasceu e cresceu em um sítio no interior de São Paulo sem qualquer resquício de energia elétrica. A história de Wilson Poit e da criação da empresa é tema do 27º episódio do podcast Do Zero ao Topo. O programa está disponível no player acima e também no SpotifySpreakeriTunesGoogle PodcastsDeezer e Castbox. É possível também fazer o download clicando aqui.

O pensamento “divisor de águas” de Poit

Nascido em uma família extremamente pobre em Oswaldo Cruz, interior de São Paulo, Poit superou muitas adversidades antes de fundar a empresa. Mas para ele o maior “divisor de águas” de sua vida foi uma mudança de postura que ele mesmo adotou após os seus 30 anos — e que foi essencial para criar o negócio milionário.

Poit começou a partir do pressuposto de que o “não” já estava “garantido” para tudo o que fosse fazer. ”Já que o ‘não’ já estava garantido, eu decidi que iria fazer de tudo para transformá-lo em ‘sim’. Passei a ser cara de pau”, afirma.

“Na prática isso significa bater na porta de clientes e falar com empresas que não sabem quem você é ou não querem te atender. Eu sabia que em muitos casos leavria um ‘não’, mas quando menos se espera pode vir um ‘sim’”, completa.

A segunda mudança de postura que Poit adotou foi a de focar sua vida nas soluções ao invés de pensar nos problemas. “Isso foi muito importante porque, como eu trabalhava com muitas emergências, treinei minha equipe para não perder tempo procurando culpados e sim focar na solução. O cliente passou a nos ver como alguém que resolve as coisas e isso se tornou um dos nossos grandes diferenciais”, conta.

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Letícia Toledo

Repórter especial do InfoMoney, cobre grandes empresas de capital aberto e fechado. É apresentadora e roteirista do podcast Do Zero ao Topo.