STF manda para Moro delação de Delcídio sobre uma “Pasadena Japonesa”

Refinaria comprada por US$ 72 milhões encerrou atividades de refino após prejuízos

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SÃO PAULO – A refinaria de Pasadena não foi o único mau negócio no ramo que foi feito pela Petrobras (PETR3; PETR4) na década passada. Na sua delação premiada, o senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS), disse que a compra da refinaria de Okinawa, no Japão, fechada em cerca de US$ 72 milhões, seguiu “o mesmo modelo” da polêmica unidade norte-americana, gerando propinas para funcionários do alto escalão da estatal. 

A Nansei Sekiyu, comprada em 2008 durante a gestão de José Sérgio Gabrielli, encerrou suas atividades de refino no ano passado por conta de “altos prejuízos na manutenção da refinaria, que não era rentável para a estatal”, de acordo com Delcídio. A petroleira, na época da compra, disse que a refinaria tinha capacidade de processar 100 mil barris de petróleo leve por dia. 

Parte da aquisição dessa “Pasadena japonesa” foi aprovada em 2007 pela então presidente do Conselho de Administração da Petrobras, Dilma Rousseff, que também era ministra-chefe da Casa Civil. Na época, Dilma disse que teria autorizado a compra depois de ler resumo elaborado pela diretoria Internacional da companhia, comandada naquele momento por Nestor Cerveró. 

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Delcídio qualificou a compra como “ação ilícita entre amigos”, realizada pelos executivos da empresa. 

Segundo informações do Estado de S. Paulo, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Teori Zavascki, mandou este depoimento para a 13ª Vara Federal, em Curitiba, onde será encaminhada para o juiz Sérgio Moro, responsável pelo julgamento da Operação Lava Jato.