Smart Fit tem estratégia pesada para dominar a América Latina e seus mais de 2,2 milhões de clientes

A academia marca presença em 11 países da América Latina e que expandir ainda mais

Giovanna Sutto

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SÃO PAULO – Não importa qual seja a sua rotina. Se você mora em uma grande cidade, ao sair de casa, da faculdade ou do trabalho, basta percorrer poucos metros para se deparar com uma unidade da Smart Fit.

Alguns podem pensar: “não há mais desculpas para não fazer exercícios”; outros não aguentam mais ver o logo amarelo e preto por onde passam. Impossível é negar que a estratégia de negócio da empresa vem dando muito certo.

Com mais de 2,2 milhões de alunos matriculados, a academia marca presença em 11 países da América Latina: Brasil, México, Guatemala, República Dominicana, Chile, Peru, Argentina, Colômbia, Equador, Paraguai e Panamá. 

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Segundo Edgard Corona, CEO da empresa, o plano é expandir rapidamente. Em 2019, serão 200 novas lojas na América Latina, cerca de 100 só no Brasil – hoje são 400 unidades em todos os estados do país.

“Com essa nova fase vamos empregar mais de 3.500 pessoas e estar presente em mais de 10 culturas diferentes – e sendo bem-sucedidos em todas”, aposta o executivo. A empresa faz parte do Grupo Bio Ritmo, que inclui a academia de luxo de mesmo nome.

O segredo do negócio

Para Corona, um dos principais diferenciais do negócio é a ‘consciência de que o mundo muda’. “Por isso, temos que mudar mais rápido que ele. Estar sempre um passo à frente e sempre nos transformar de forma ágil”, explica.

Para essa lógica funcionar, os pilares da empresa se baseiam em uma cultura de foco no cliente. “A ideia é sempre refletir sobre como melhorar a experiência. Nossa equipe de gestão é enxuta, organizada e focada nisso. Um bom atendimento ao cliente, prático e rápido, além da inovação são as bases da pirâmide. Todo dia nos perguntamos como podemos aproveitar as mudanças do mundo e nossos pilares para melhorar a experiência do cliente. Se quem usa a academia está satisfeito, indica, paga e traz mais pessoas”, diz.

Esse estilo de gestão permitiu que a empresa se adaptasse em variados mercados. “Ao longo do tempo, a Smart Fit foi se tornando tanto uma empresa brasileira como latino- americana. Nos adaptamos nos diferentes mercados e consumidores”, diz. 

Hoje são 125 lojas no México e a intenção é ter mais 40 por lá. Na Colômbia serão 100 lojas até o fim do ano, no Chile são cerca de 35, no Peru a ideia é ter mais de 30 ainda em 2019. Abrimos a primeira unidade no Equador em janeiro, na Guatemala em fevereiro e na Argentina em março.  

Outro elemento é a cautela. “Sempre entramos em um novo mercado com poucas lojas para entender a dinâmica local. Não foi diferente em nenhum país. Por exemplo, na Argentina, nova unidade mais recente, a expansão vai acontecer de forma lenta para entender o produto e a cultura local. A partir disso, vamos reproduzir o mesmo ritmo de crescimento”, explica. O país conta com apenas uma academia da rede no momento. 

Particularidades da região

No Brasil, a vantagem competitiva da empresa é que o setor de academias de luxo está bem atendido, “inclusive, próximo de saturação”, segundo Corona. Então, há espaço para academias do porte da Smart Fit, que cobram preços mais acessíveis crescer: “é oportunidade”.

Segundo ele, o mercado cresce com aumento de oferta, então a população de baixa renda, que antes não tinha acesso ao exercício físico começa a fazer parte do ecossistema.

“Ao mesmo tempo, não é só fazer uma academia com equipamentos de boa qualidade. Vender uma experiência fitness tem a ver com dar resultados. As pessoas buscam algo: seja emagrecer, fortalecer músculos, desestressar, etc. Um atendimento bom é essencial. Se não dá resultado o cliente vai embora, é preciso entregar algo”, explica.

Pelas peculiaridades do mercado em que a empresa se especializou, uma expansão para os EUA não está nos planos de curto prazo. “Nosso modelo seria extremamente bem-sucedido nos EUA. Temos resultado, preço competitivo, oferecemos experiência, temos conhecimento do mercado. Mas agora temos que nos concentrar nos grandes players para nós, ou seja os países da América Latina”, diz. 

IPO

Correm rumores sobre a possibilidade do IPO (abertura de capital na Bolsa de valores) da empresa. Corona afirma que este não é um plano de curto prazo. “[O IPO] Traz governança corporativa, mas temos bons sócios. Traz oportunidades para levantar capital, mas isso não é problema para gente em 2019”, diz. 

Ele acredita que toda empresa estruturada tem de estar preparada para diversas alternativas, o que inclui um possível IPO, mas garante que a empresa não está próxima disso.

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“Nossa preocupação hoje é alongar disciplinadamente nossa fonte de recurso para ter expansão ainda mais sustentável. Construímos uma empresa versátil, um negócio com consistência. O aluno entra na academia e encontra o que busca, não importa seu objetivo”, afirma.

Novos projetos

O executivo também contou que os novos projetos do grupo incluem investimentos em micro-academias. Duas marcas já foram lançadas: a Race Bootcamp e a Vidya. A primeira é focada em circuitos com esteira e funcional e a segunda é exclusiva para práticas de Yoga. Ambas já têm unidades na Vila Nova Conceição, Zona Sul de São Paulo.

“São academias de 300 a 500 metros quadrados, com um ou dois tipos de aulas para quem quer fazer aulas com ritmo intenso, que busca resultados rápidos e com um valor acessível.  É um outro modelo, que ainda está em fase de crescimento – mas que já satisfatório para continuarmos investindo. As próximas unidades devem ser no Rio de Janeiro”, diz.

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Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.