Small cap dispara até 33% com possível venda de 5 shoppings; empresa diz que não comentará rumor

Segundo informações do Broadcast, o fundo de investimento norte-americano Blackstone iniciar conversas para comprar uma fatia de 50% no portfólio de shopping centers da JHSF

Paula Barra

Publicidade

SÃO PAULO – As ações da JHSF (JHSF3) dispararam na Bovespa nesta quinta-feira (21), após o fundo de investimento norte-americano Blackstone iniciar conversas para comprar uma fatia de 50% no portfólio de shopping centers da empresa, entre eles, o Cidade Jardim, segundo informações dBroadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, com fonte próxima das negociações. Os papéis da JHSF subiram 28,95%, a R$ 1,96, mas atingiram na máxima do dia valorização de 33,55%, a R$ 2,03. Com a arrancada, as ações encerraram no maior patamar de fechamento desde agosto de 2015. Considerando o início do rali – no dia 6 de julho -, os papéis acumulam na Bolsa alta acumulada de 68%. 

Após o fechamento do pregão, a JHSF informou, por meio de comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) que não comenta rumores de mercado, mas que avalia constantemente oportunidades para maximizar o valor dos ativos nos quais investe.

Segundo estimativas levantadas pelo Broadcast, o portfólio da companhia é avaliado em mais de R$ 2 bilhões e é composto por cinco empreendimentos: Cidade Jardim, Tucuruvi e Catarina Outlet Fashion, em São Paulo; Ponta Negra, em Manaus; e Bela Vista, em Salvador. A  iniciativa é parte de uma estratégia da companhia para reduzir endividamento. A JHSF encerrou o primeiro trimestre com R$ 141 milhões em caixa e uma dívida líquida de R$ 1,2 bilhão, dos quais R$ 452 milhões com vencimento neste ano e R$ 322 milhões no ano que vem. 

Continua depois da publicidade

As conversas sobre a potencial aquisição estão sendo conduzidas pelo Bradesco BBI, contratado pela JHSF para sondar o interesse de investidores. O formato da entrada do Blackstone está em estudo. Entre as opções estaria a aquisição de metade da participação em cada shopping, individualmente, ou até mesmo a realização de uma cisão (“spin off“) de toda a carteira, que se desdobraria em uma nova holding. 

Por outro lado, existe a possibilidade de o negócio ser postergado ou suspenso se a JHSF conseguir efetuar a venda pontual de algum ativo relevante e aliviar a sua dívida, avaliam interlocutores próximos ao assunto. O Shopping Tucuruvi – voltado para consumidores da classe C – já despertou, por exemplo, interesse da concorrente BRMalls (BRML3) e de ao menos um fundo de private equity. Na primeira rodada de negociações, o valor pedido pela JHSF para este ativo ficou perto de R$ 500 milhões, segundo fontes.