‘Short squeeze’, gringo e balanço: o que pode estar por trás da disparada da Hering?

Ação fechou hoje com ganho de quase 9%, na maior alta do Ibovespa e atingindo sua máxima na Bolsa desde 3 de junho

Paula Barra

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SÃO PAULO – As ações da Cia Hering (HGTX3) já disparam 24% desde o fechamento do dia 4 de agosto. No final daquele pregão, a varejista reportou seu tão esperado balanço do segundo trimestre. Os números, embora tenham vindo fracos, foram bem-recebidos pelo mercado depois de um primeiro trimestre catastrófico, que fez as ações despencarem 22% no dia seguinte (8 de maio). Com uma leitura menos pessimista agora, as ações seguiram em disparada na Bolsa e hoje encerraram com alta de 8,70% nesta segunda-feira, a R$ 13,50, no maior patamar desde 3 de junho. 

Entre o motivo da forte arrancada hoje, que levou a ação a figurar como a maior alta do Ibovespa, agentes de mercado se dividiram entre uma possibilidade de “short squeeze” (pressão dos vendidos por falta de doadores no mercado de aluguel de ações) e compra de uma expressiva posição na empresa por um investidor estrangeiro. Nenhuma das duas alternativas, no entanto, foi confirmada pelas fontes. 

Em relação ao “short squeeze”, operadores de mercado vêm comentando desde a semana passada sobre essa possibilidade, dado a forte disparada de aluguel com a ação nos últimos dias e baixa oferta no mercado. Nesse mesmo período (últimos 9 pregões) que as ações da varejista dispararam, o aluguel subiu em 27,8%, para 12,8 milhões de papéis – no patamar mais alto desde setembro do ano passado.

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Embora tenham comentado que o mercado não está “seco” no papel, operadores afirmaram hoje que tem sido “muito difícil” alugar a ação, com a taxa média subindo lentamente de 6% para 6,5% nos últimos 15 dias. “O movimento de hoje parece short squeeze, falamos com a empresa e nenhuma novidade do lado deles”, disse uma das fontes.

Já sobre a forte compra de ações por parte de um investidor estrangeiro, a fonte não soube dar maiores detalhes da operação, mas o que foi possível observar é que grandes bancos, normalmente operados por gringos, lideraram as compras com o papel hoje. Pelos dados do ProfitChart, a Votorantim Corretora, BTG Pactual e UBS intermediaram 22,3%, 13,8% e 12,5% das operaçoes de compra no papel, respectivamente.