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Obra de arte e carro de colecionador: alta renda no radar da corretora Globus 

Empresa, que espera emitir R$ 240 milhões em apólices neste ano, também aposta em educação para alavancar faturamento nos próximos anos

Rikardy Tooge

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‘O seguro morreu de velho’ é praticamente um consenso entre aqueles que contratam o serviço de seguros, seja ele para o carro, para o celular ou até em forma de garantia estendida para um aparelho eletrônico.

Estes consumidores fazem parte de um mercado robusto, que movimenta cerca de R$ 300 bilhões por ano – até setembro deste ano, foram R$ 265,1 bilhões, segundo dados mais recentes da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais (CNseg).

Para a corretora Globus Seguros, contudo, o mercado tem muito mais potencial do que o já apresentado. “A participação do setor de seguros no PIB ainda é muito pequena em comparação com países desenvolvidos”, reforça o sócio-fundador Christian Wellisch.

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De acordo com a Superintendência de Seguros Privados (Susep), do governo federal, o mercado de seguros atingiu uma participação de 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) de 2021. Mas há potencial para essa participação subir para um range entre 6% e 10%, em linha com o que ocorre em outros países.

Para Wellisch, um executivo com mais de 20 anos no setor e que teve passagens por Unibanco-AIG e XP Seguros, o mercado de seguros deveria buscar se comunicar melhor com o público para educar os consumidores sobre a importância de proteger seus bens para além do seguro automotivo – produto que é líder de contratações.

“O seguro é visto como gasto, mas ele é um investimento. É ele quem gera o reequilíbrio econômico diante de uma adversidade. Mas também precisamos reconhecer que há muita pegadinha e, muitas vezes, a pessoa não sabe o que está contratando. Ninguém lê uma apólice e sabe tudo o que ela cobre e qual será o sinistro pago. Há um grande problema de comunicação por parte das seguradoras”, avalia.

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Alta renda na mira

Enquanto a comunicação avança aos poucos, a Globus mira no que já é possível executar. Entre os estratos sociais mais propensos a ampliar seu portfólio de seguros, Christian Wellisch aponta para os setores de alta renda.

Duas soluções fora do convencional já rodam no mercado com potencial para atrair esse público: o seguro para obras de arte e outro para carros de colecionador. A empresa não abre os números de procura para o segmento, mas diz que existe uma procura consistente.

“Esse é resultado de um trabalho de dados que vem sendo desenvolvido. O setor de seguros sempre possuiu muitas informações, mas não utilizava a seu favor. Ao apurar esses dados, começamos a mapear melhor o perfil de alguns clientes e sugerir novos produtos como esses”, explica Wellisch.

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Christian Wllisch, da Globus Seguros: setor de alta renda com maior aderência a novos seguros (Divulgação)
Christian Wllisch, da Globus Seguros: setor de alta renda com maior aderência a novos seguros (Divulgação)

O executivo também deixa claro que não basta criar seguros mirabolantes, é necessário haver uma demanda mínima que justifique o investimento de seguradoras na solução.

Para além disso, Christian Wellisch aponta outra tendência no mercado para seguros do tipo “liga/desliga”, em que a apólice só tem validade quando o alvo da proteção está em uso. O seguro de carro e uma oferta de seguro viagem para quem deseja praticar esportes radicais, como esqui e canoagem, podem se enquadrar neste formato.

Rikardy Tooge

Repórter de Negócios do InfoMoney, já passou por g1, Valor Econômico e Exame. Jornalista com pós-graduação em Ciência Política (FESPSP) e extensão em Economia (FAAP). Para sugestões e dicas: rikardy.tooge@infomoney.com.br