Santander aparece entre as maiores quedas do Ibovespa após resultado

Retorno sobre o patrimônio líquido médio e crescimento da carteira de crédito são piores que a média do setor

Fernando Ladeira

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SÃO PAULO – As ações do Santander Brasil (SANB11) figuram entre as maiores perdas do Ibovespa nesta quinta-feira (31), pressionadas pela divulgação de seus números do último trimestre de 2012. Segundo cotação por volta das 10h55 (horário de Brasília), a ação cai 1,65%, aos R$ 14,29, enquanto o Ibovespa avança 0,13%.

O lucro líquido gerencial de R$ 1,598 bilhão, que exclui alguns itens como a amortização de ágio, mostrou uma melhora de 6,5% sobre o trimestre anterior. No entanto, o ROAE (Retorno Sobre Patrimônio Líquido Médio) de 12,2% continua sendo o menor entre os grandes bancos, lembra a equipe da Ativa, em relatório.

Já a equipe da Brasil Plural diz que o lucro ajustado, exluindo itens como goodwill e proteção fiscal, foi de R$ 1,03 bilhão, número cerca de 20% inferior ao consenso do mercado.

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A equipe da Ativa, que não se disse surpreendida pelo lucro líquido, destacou negativamente o aumento na inadimplência, que passou de 5,1% para 5,5% na passagem trimestral. O índice de eficiência também piorou, ao subir de 45,0% para 46,8% (quanto maior o índice, pior, já que representa uma relação entre as despesas operacionais e a receita operacional).

Para piorar, a melhora de 8% na carteira de crédito, na passagem anual, deverá ser a menor entre seus concorrentes, complementa a Ativa, que segue com recomendação de manutenção para as ações do Santander Brasil.

Com um crescimento frustrante nos empréstimos e uma compressão nas margens financeiras, os analistas Eduardo Nishio e Felipe Salomão, do Brasil Plural, recomendam em relatório a exposição underweight ao papel, isso é, com desempenho abaixo da média do mercado.

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Eles justificam essa visão negativa por conta de uma rentabilidade baixa, que é pressionada por um balanço desalavancado, enquanto o portfólio da instituição está exposto a ativos de maior risco (pessoas físicas). Os baixos investimentos na expansão da marca, na comparação com seus pares, também é visto como um ponto fraco.