Revendedora não oficial da Xiaomi fecha e clientes ficam sem produtos

Empresa deu baixa no CNPJ na Receita Federal e desativou sites e redes sociais

Giovanna Sutto

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SÃO PAULO – A Mi Store Brasil, uma revendedora não oficial da Xiaomi, está fora do ar e não entregou uma série de produtos já vendidos, deixando vários clientes no prejuízo.

A Xiaomi chegou oficialmente ao Brasil há cerca de um ano e hoje possui duas lojas físicas em São Paulo – uma no shopping Ibirapuera e outra no Center Norte. Mas grande parte das vendas ainda acontecem por meio de lojas terceiras que importavam os smartphones a preços baixos.

A Mi Store Brasil é uma das principais revendedoras da marca chinesa e funcionava no site www.mistorebrasil.com, que está fora do ar.

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(Reprodução do site)

O que aconteceu

O site da revendedora saiu do ar inesperadamente e todos os perfis em redes sociais foram desativados. No site do ReclameAqui, a empresa tem mais de 150 reclamações nos últimos meses, todas sem reposta.

O descontentamento dos usuários vai de problemas com os produtos até pessoas que não receberam o smartphone. O que é comum nas reclamações é a dificuldade de entrar em contato com a loja, que não deu explicação alguma sobre os problemas.

O InfoMoney tentou contatar a empresa por meio do número disponível no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) no site da Receita Federal, mas não obteve retorno.

Vários usuários afirmam que fizeram compras na Black Friday ou no Natal e até agora não receberam os smartphones ou outros produtos – e a probabilidade de receberem o dinheiro de volta parece cada vez menor.

“Após efetuar compra nesse site nunca recebi o produto. Ninguém responde em nenhum canal de atendimento fornecido. Fica a dica, se quiser ter dor de cabeça compre nesse site. Pior site que já vi na internet. E o pior é que parece que nenhum órgão do governo está vendo isso”, disse um consumidor no ReclameAqui.

“Comprei um smartphone e nunca enviaram, fica só em fila de espera”, disse outro. “Compra feita 29/11, não entregaram o smartphone, não respondem e-mails, não atendem telefone. Status do pedido não muda, sempre em ‘fila aguardando'”, afirmou outra consumidora.

No dia 18 de dezembro, a Mi Store Brasil se desculpou, por meio de um comunicado no Instagram, pelo atraso nas entregas dos produtos devido à transportadora e pediu que as pessoas parassem de mandar mensagens e se comprometeu a enviar os produtos na semana seguinte. Mas o problema não foi resolvido.

De acordo com dados disponibilizados por meio da consulta do CNPJ, no site da Receita Federal, a revendedora pertence a Action Sales LTDA, o proprietário seria Anderson Figueredo dos Santos e a situação cadastral da empresa está como “baixada”, quando a empresa é fechada, datada do último domingo (12). Há um telefone de Santa Catarina, mas que não corresponde a um contato da loja.

Ainda, outras duas empresas estão ligadas à Mi Store Brasil: a JCell e a PAD Eletrônicos – pagamentos via cartão eram identificados sob o nome da primeira empresa e quem pagou no boleto via o da segunda.

A PAD Eletrônicos também é dona de outra loja não oficial, mas da Huawei. O site “huaweistorebrasil.com” também está fora do ar.

Dado o contexto, não há como saber se os clientes que foram prejudicados serão ressarcidos.

Posição da Xiaomi

A Xiaomi opera por meio do site mi.com/br, que está funcionando normalmente. A marca informou, em nota enviada ao InfoMoney, que não tem nenhum envolvimento com a revendedora. Inclusive a fabricante opera em parceria com a DL, empresa mineira importadora e distribuidora oficial dos produtos da Xiaomi no Brasil.

A empresa reforça que os canais oficiais online são o e-commerce mi.com e a venda em marketplace nos canais B2W (Americanas.com, Submarino e Shoptime), Magazine Luisa, Via Varejo, Carrefour e Ricardo Eletro.

Ainda, a Xiaomi alerta que, em caso de compras físicas, sempre é necessário solicitar a embalagem do produto para garantir a presença do selo Anatel, informações em português da origem do produto e que contenha ainda as informações claras do único importador oficial, a DL.

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Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.