Resultados de fase um apontam que vacina da Moderna é segura para idosos e não causou reações graves

Segundo os resultados do estudo, as reações mais comuns foram dor de cabeça, fadiga, mialgia, calafrios e dor no local da injeção

Allan Gavioli

Vista de fachada dos escritórios da Moderna Therapeutics, em Massachusetts (REUTERS/Brian Snyder)

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SÃO PAULO – Resultados de um estudo com a vacina contra a Covid-19 da farmacêutica americana Moderna apontaram que o medicamento é seguro e que os efeitos colaterais foram reações leves ou moderadas em idosos.

A pesquisa com os resultados dos testes, feitos com 40 pacientes, foi publicada na última terça-feira (29) na revista científica The New England Journal of Medicine.

Após a Moderna comprovar a segurança do imunizante entre pacientes de 18 a 55 anos, foram iniciados testes de fase um com voluntários mais velhos, para certificar que o medicamento também é eficaz nessa faixa etária.

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Eles foram divididos em dois grupos: 56 a 70 anos e acima de 71 anos. Os pacientes receberam duas doses, administradas com 28 dias de intervalo.

Segundo os resultados do estudo, as reações mais comuns foram dor de cabeça, fadiga, mialgia, calafrios e dor no local da injeção. Os sintomas ocorreram principalmente após a segunda imunização e surgiram no dia da vacinação ou um dia depois.

De acordo com os pesquisadores responsáveis pelo estudo, esses dados preliminares sugerem que uma segunda dose da vacina é necessária para obter anticorpos neutralizantes em participantes com mais de 56 anos.

“Embora os tamanhos das amostras em nosso estudo fossem limitados, participantes mais velhos (incluindo aqueles que tinham 71 anos de idade ou mais) tiveram respostas imunológicas à vacina de mRNA-1273 um mês após a segunda dose”, diz um trecho do estudo.

A vacina da Moderna utiliza parte do material genético do vírus para estimular o organismo a produzir defesa contra o vírus causador da Covid-19.

A vacina genética é aquela em que parte do material genético do vírus (o RNA mensageiro) é utilizado para estimular o corpo humano a produzir defesas contra o Sars-Cov-2 (nome do vírus que causa a Covid-19). Esse é, por exemplo, o caso da vacina da Pfizer em parceria com a BioNtech.

As fases de teste

Depois que uma vacina experimental é desenvolvida, o teste de eficácia do medicamento se divide em duas grandes etapas. A primeira delas é a pré-clínica, na qual são realizados testes em animais para comprovação dos dados obtidos em experimentações in vitro.

Passado esse primeiro momento, começam os testes clínicos em seres humanos, que são subdivididos em três etapas: Fase um, fase dois e fase três.

A primeira etapa testa o medicamento em um menor número de voluntários (entre 20 e 80), já que funciona como uma avaliação preliminar da segurança do imunizante. É neste momento que se entende qual é o tipo de resposta que o imunizante produz no corpo

Na fase dois, esse número já chega a centenas de testados. Nessa fase é avaliada a segurança da vacina, imunogenicidade – que é a capacidade da proteção oferecida pelo medicamento – , a dosagem e como deve ser administrada.

Já a última etapa do teste clínico – a fase três – testa a eficácia do medicamento em um maior contingente de pessoas, que chega na casa dos milhares.

Essa é a fase mais delicada do projeto, já que é feita para avaliar definitivamente a eficácia e a segurança do medicamento, além de garantir a durabilidade da imunização.

Passada essa fase, a vacina é aprovada, pode ser registrada pelos órgãos sanitários dos países interessados e produzida em larga escala comercial.

Allan Gavioli

Estagiário de finanças do InfoMoney, totalmente apaixonado por tecnologia, inovação e comunicação.