Rei do etanol muda de opinião e diz que Dilma está “na direção certa”

Rubens Ometto, presidente do conselho de administração da Cosan, disse que a presidente "mudou muito" e que está mais otimista agora

Paula Barra

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SÃO PAULO – Em entrevista concedida ao jornal Folha de S. Paulo, o presidente do conselho de administração da Cosan (CSAN3), Rubens Ometto, considerado o rei do Etanol, disse que a presidente Dilma Rousseff “mudou muito” e que o governo está “indo na direção certa”. O empresário, que no primeiro mandato de Dilma fez duras críticas à gestão da presidente, se mostrou mais otimista agora.

Ele falou com a Folha em Nova York, onde participou de encontro com a presidente e do seminário de infraestrutura promovida pelo governo. Em maio do ano passado, Ometto havia dado declarações em que apontava que o Brasil vivia uma onda de pessimismo, alimentada pela deterioração econômica, com o Estado direcionando o rumo de vários setores com a mão de ferro da intervenção. 

Ometto disse que seus negócios podem sofrer “um pouquinho” até o primeiro semestre de 2016, mas que os ajustes são necessários, citando o trabalho que Dilma e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, estão fazendo de trazer à tona todo o negócio que estava “embaixo do tapete”. “O difícil é entrar no negócio da areia movediça, que você não sabe a profundidade. Por isso, tem que fazer [o ajuste]. Para pular, precisa abaixar um pouquinho. Estamos abaixando para ter energia para pular”, disse.

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Ele reforçou que não está pessimista e que o Brasil está mostrando que as instituições funcionam independentemente de quem seja. “Um monte de coisa está sendo trazido à tona. No passado, você não sabia o que acontecia. Hoje, você está sabendo”, comentou.

Ometto elogiou ainda o lançamento da nova fase de concessões, mas disse que o grupo não tem interesse em aderir ao programa neste momento, citando que o medo é querer fazer um monte de coisas e não fazer nada.

Sobre os cortes que a Petrobras anunciou que fará em seus investimentos, o controlador da Cosan disse que isso afeta um pouco os negócios da companhia, mas teria que ser feito. Para ele, outros grupos substituirão essa eventual redução de investimentos da petrolífera.