Recuperação de margens da Cyrela não será explosiva, mas virá, diz diretor

Reconhecimento de lançamentos de 2010 deve sustentar alta das margens, que devem retomar patamares históricos

Julia Ramos M. Leite

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SÃO PAULO – A questão das margens da Cyrela (CYRE3) não deve ser resolvida no curto prazo – entretanto, a empresa segue confiante que retomará seus patamares históricos no médio prazo.

Luis Largman, diretor de Relações com Investidores da empresa, afirmou em teleconferência com analistas sobre os resultados do primeiro trimestre que as margens atualmente estão dentro das expectativas da companhia. Os analistas, por sua vez, se mostraram preocupados com os números.

No primeiro trimestre, a margem bruta da empresa veio em 27,4%, alta de 2,9 pontos percentuais na comparação com o final de 2010, enquanto a margem Ebitda (relação entre receita líquida e geração de caixa) ficou em 11,6%, expansão de 1,4 p.p. na mesma base. Entretanto, ambas mostraram queda na comparação com os primeiros três meses de 2010: a margem bruta recuou 7,4 p.p., e a margem Ebitda caiu 8,2 p.p.

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Segundo Largman, a queda das margens é decorrente de revisão dos custos a incorrer realizada em 2010. O executivo também o aumento das despesas como vilões para as margens da companhia.

Melhora gradual e consistente
O cenário, contudo, é visto como bastante positivo. Isso porque deve haver uma reversão gradual de outro peso sobre as margens: o baixo reconhecimento dos projetos lançados em 2010. Largman explicou que 86% dos reconhecimentos de receitas ainda são de empreendimentos lançados até o final de 2009, com margens de 24%. Já os lançamentos de 2010, ainda não reconhecidos, têm margens maiores, de 36%. Quando esses números entrarem nos resultados trimestrais, devem sustentar uma progressão das margens. 

“A recuperação não vai ser explosiva, mas crescente e consistente. Hoje em dia temos um paradoxo para quem olha o balanço, – estamos ainda reconhecendo as margens ruins, e a cada dia vamos começar a reconhecer cada vez mais as margens melhores. Era o copo meio vazio, e agora está ficando meio cheio”, disse o diretor de RI.