Recuperação da Suzano veio para ficar? Expectativa é positiva, mas há 4 fontes de incertezas no caminho

Acreditando na resiliência da companhia, os analistas do Itaú BBA têm classificação outperform, o equivalente a compra da ação - mas apontam fatores a serem monitorados e que podem movimentar os papéis

Weruska Goeking

Setor de papel e celulose (Shutterstock)

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SÃO PAULO – As ações da Suzano (SUZB3) acumulam ganhos de 25% neste ano, o que faz da empresa a quarta maior ganhadora do Ibovespa em 2019 – e o otimismo com a companhia ao longo de 2019 não para por aí. No entanto, os analistas do Itaú BBA levantam alguns fatores que trazem incertezas aos negócios nos próximos meses. 

Após um final de 2018 bastante difícil para os ativos SUZB3, o início do ano para os papéis foi bastante promissor, com uma recuperação da demanda na China, o que elevou os preços da celulose, além do fortalecimento da moeda chinesa e sinais de estabilização da oferta de celulose da Suzano. 

Contudo, há sinais de alerta que estão no radar do banco. Os sinais de estabilização de preços da celulose no gigante asiático após a recuperação recente, o estoque recorde de madeira entre os produtores e a falta de evidências de uma recuperação significativa da demanda chinesa por papel concentram as principais fontes de preocupação dos analistas. Enquanto isso, os preços da celulose continuam a cair na Europa e na América do Norte, em meio aos altos estoques e fracos fundamentos macroeconômicos. 

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O Itaú BBA, por sua vez, avalia que a consolidação da indústria está comprovando seu valor. Isso porque a disposição e a capacidade da Suzano de sacrificar as necessidades de capital de giro nos últimos meses para evitar uma queda maior de preço de celulose é notável, avalia, uma vez que os preços à vista na China atingiram níveis muito mais altos do que nos ciclos anteriores e significativamente acima do custo de produção.

Dito isso, a equipe de análise acredita que as perspectivas de curto prazo para os preços de celulose (e, consequentemente, para a Suzano) permanecem incertas devido a: i) estoques recordes entre os produtores de celulose; ii) nenhuma evidência de uma recuperação significativa na demanda de papel após os feriados do Ano Novo Lunar na China; iii) aumento de preços apenas modestos em todos os principais mercados no gigante asiático; e iv) o início das novas linhas de produção no país. 

Apesar dessas incertezas, os analistas acreditam na resiliência da Suzano e possuem classificação outperform (expectativa de desempenho acima da média do mercado) para o papel da companhia, o equivalente a compra da ação. O preço-alvo estimado ao fim de 2019 é de R$ 53, valor 10% acima do fechamento de quarta-feira (6). Outra brasileira que possui recomendação outperform é a Klabin (KLBN11), com preço-alvo de R$ 21 por unit, o que equivalente a um potencial de valorização de 19% em relação ao fechamento da mesma sessão. Assim, o caminho não será fácil para as empresas do setor, mas os analistas veem bons fundamentos pela frente, o que guia a recomendação positiva para os papéis. 

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