Reajuste de 6% na gasolina ainda manteria defasagem nos preços, alerta XP

Analistas dizem que alta aliviaria de modo considerável a situação operacional da empresa, mas traria forte impacto na inflação

Fernando Ladeira

Publicidade

SÃO PAULO – Mesmo que a presidente da Petrobras (PETR3, PETR4), Maria das Graças Foster, consiga o reajuste de 6% na gasolina, ainda haverá uma certa defasagem sobre o mercado internacional, alerta a equipe da XP Investimentos, em relatório.

Na última sexta-feira a presidente da companhia disse que a diferença nos preços é de 6% na gasolina e de 4% no diesel. Apesar da equipe da XP não concordar plenamente com essa estimativa, eles dizem que esse reajuste já aliviaria a empresa de modo considerável em termos operacionais para os próximos resultados.

A dúvida permanece sobre qual será a magnitude do aumento. Graça Foster disse que é importante um reajuste no próximo ano e que quanto antes vier o reajuste, melhor, mas lembrou que ele pode acontecer de uma vez só ou em etapas, até 2016.

Continua depois da publicidade

Apesar desse cenário de reajuste nos preços para a empresa, o custo do aumento deve ser um aumento na inflação. Segundo estimativas da XP Investimentos, esses reajustes podem ter um impacto de aproximadamente três pontos percentuais na inflação em 2013. 

O mercado estima uma alta nos preços de 5,47% em 2013, segundo estimativa compilada pelo Banco Central e divulgada no Relatório Focus na última segunda-feira. A meta oficial do governo é de uma inflação de 4,5% ao ano, com uma margem de dois pontos percentuais.

“Neste sentido, ao considerarmos os recentes gastos com políticas de desoneração fiscal e reajuste de preços de combustíveis, vemos uma pressão inflacionária maior em 2013, o que por si aumentaria a resistência a reajustes futuros, gerando novas assimetrias (possivelmente desfavoráveis a Petrobras)”, alerta o relatório.