Rali da JBS ainda está longe do fim, aponta Morgan Stanley; ações saltam até 11%

O banco passou a recomendar a compra das ações da JBS, segunda maior alta do Ibovespa no ano, e elevou o preço-alvo da companhia em 46%, para R$ 20,50

Bloomberg

(Reprodução)

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(Bloomberg) — A escalada que levou as ações da JBS (JBSS3) a um recorde de preço ainda está longe do fim, à medida que o avanço da doença que está dizimando os plantéis de suínos na China deve forçar o gigante asiático a importar mais carne para suprir a demanda local, segundo o Morgan Stanley.

O Morgan Stanley passou a recomendar a compra das ações da JBS e elevou o preço-alvo da companhia em 46%, para R$ 20,50. O papel negociado na bolsa de São Paulo chegou a subir 11,4% nesta terça-feira, atingindo a inédita marca de R$ 19,98. Foi o terceiro dia seguido em que as ações do maior frigorífico do mundo bateram recorde.

A produção de carne suína na China, o maior consumidor mundial da proteína, deve cair cerca de 30% neste ano, segundo o Rabobank. A redução equivale a aproximadamente toda a oferta anual da Europa. Como consequência, os preços e os volumes de comércio de carne – seja de frango, carne bovina, peixes e mesmo produtos de base vegetal – devem crescer, impulsionado as receitas dos frigoríficos.

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“A febre suína africana provocou uma escalada nas ações das empresas de proteína, mas não é tarde demais para comprar”, analistas do Morgan Stanley liderados por Rafael Shin afirmam em um relatório a clientes. “Acreditamos que a alta só começou e que os impactos de longo prazo da doença ainda não são compreendidos.”

A JBS, com operações de carne bovina, suína e de frango no Brasil, na América do Norte, na Europa e na Austrália, subiu mais de 68% desde o início do ano, superando com folga a alta de 7,6% do Ibovespa. Contudo, as ações ainda têm um preço em dólar 20% inferior ao recorde de 2009 e são negociadas com desconto em relação aos papéis da americana Tyson Foods. Segundo o Morgan Stanley, a JBS está “melhor posicionada” para capitalizar com a febre.

“A combinação de categoria e exposição geográfica, escala, utilização de capacidade e acesso ao mercado chinês diferencia a JBS”, disse Shin.

Os concorrentes locais da JBS também sobem com a perspectiva de melhora na demanda. A BRF (BRFS3) teve alta de até 7,9%, seguida de perto por Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3).

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