Quase 8 a cada 10 executivos comprariam vacinas para imunizar funcionários se pudessem, diz pesquisa

Estudo “Cenário Econômico Pós-Vacina: o que podemos esperar dos negócios?" também mostra otimismo de empresários após imunização coletiva

Mariana Fonseca

Profissional de saúde mostra teste para Covid-19 (Pixabay)

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SÃO PAULO – Quase oito em cada dez executivos (78,5%) comprariam vacinas contra Covid-19 para imunizar seus funcionários caso fossem autorizados.

Essa decisão reflete outro dado: quase sete em cada dez (68%) empresários e executivos também apontaram a aceleração da vacinação contra Covid-19 como principal medida para a retomada dos negócios e do crescimento do país.

Além da vacinação (68%), a reforma tributária (17,3%) e a reforma administrativa (6,4%) são apontadas como as próximas medidas essenciais para um futuro mais promissor. Seguem desoneração da folha de pagamentos, privatizações e auxílio emergencial.

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As informações são da pesquisa “Cenário Econômico Pós-Vacina: o que podemos esperar dos negócios?”. Em março de 2021, o estudo ouviu 320 empresários e executivos de startups em companhias em setores como indústria, serviços, varejo e ONGs.

Esse relatório foi elaborado pela associação de investimento anjo BRAngels, pela plataforma de educação corporativa HSM, pelo hub de inovação LearningVillage; pelo comunidade de aprendizado SingularityU Brazil; e pela agência de comunicação FirstCom.

76,9% dos empresários e executivos demonstraram otimismo com a retomada econômica após a imunização coletiva. “A vacinação é vista como principal fator para que o funcionamento pleno das companhias e a volta dos investimentos se torne uma realidade o mais rápido possível”, escreveu em comunicado sobre a pesquisa Reynaldo Gama, CEO da HSM e co-CEO da SingularityU Brazil.

Vale lembrar que a polêmica compra de vacinas por empresas voltou à Câmara dos Deputados na terça-feira (5).

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Enquanto isso, 17,6% dos empresários e executivos acham que a imunidade coletiva não irá melhorar nem piorar a situação da economia brasileira. Por fim, 5,5% afirmam estar pessimistas após a vacinação contra Covid-19.

Contratações e futuro do trabalho após a pandemia

Entre as lideranças participantes da pesquisa, 53,5% pretendem contratar funcionários depois da vacinação contra Covid-19. 12,8% não pretendem contratar. Apenas 2,2% consideram fazer demissões. A porcentagem restante ainda não sabe como ficará o cenário de contratação nas suas empresas. As funções em que deverá haver maior demanda são: comercial e vendas; comunicação e marketing; inovação; inteligência de mercado/business inteligence; logística e operações; e tecnologia.

O “Cenário Econômico Pós-Vacina: o que podemos esperar dos negócios?” também apontou que o modelo de trabalho remoto (home office) não deverá ser o preferido no pós-pandemia. Apenas 7% dos entrevistados afirmaram que suas empresas pretendem manter o trabalho apenas em casa.

O modelo híbrido, que combina períodos de atividade presencial com períodos de home office, é apontado por 79% dos entrevistados como o ideal. A porcentagem restante (14%) indicou o trabalho completamente presencial. “Isso poderá significar um reaquecimento do mercado imobiliário corporativo”, escreveu na nota sobre o estudo Luis Claudio Allan, CEO da FirstCom.

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Investimentos empresariais devem voltar

Os investimentos feitos pelos empresários e executivos devem voltar quando a pandemia se retrair, segundo o estudo. Apenas 8,2% dos entrevistados afirmaram que não pretendem investir nas suas empresas futuramente.

Já na pessoa física, os investimentos poderão ser mais agressivos. Cerca de 70% dos entrevistados disseram que estariam dispostos a fazer investimentos mais arriscados caso o cenário continue a ser de taxa básica de juros baixa. A Selic hoje está em 2,75% ao ano. Em uma pergunta na qual podiam assinalar até três opções, as principais áreas apontadas pelos empresários e executivos foram Bolsa de Valores (55,29%), investimento anjo (47,12%), fundos de venture capital (37,5%) e fundos imobiliários (35,1%).

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“Nos surpreendeu, particularmente, o grande interesse pelo investimento-anjo e os fundos de venture capital, uma clara demonstração que os executivos do alto escalão estão cada vez mais preocupados com o desafio de se conectar com a inovação. A tendência é vermos uma escalada de investimentos em startups e negócios disruptivos para manter a competitividade em um novo mercado, no qual já não cabe atuar com velhos modelos, que se tornaram totalmente obsoletos especialmente depois da pandemia”, afirmou no comunicado Orlando Cintra, CEO do BR Angels.

Mariana Fonseca

Subeditora do InfoMoney, escreve e edita matérias sobre empreendedorismo, gestão e inovação. Coapresentadora do podcast e dos vídeos da marca Do Zero Ao Topo.