Quanto custa o carbono? Plataforma da FGV reúne dados sobre mercado

Companhias precisam comprar esses créditos para compensar emissões de gases de efeito estufa em suas atividades

Estadão Conteúdo

Mercado Carbono
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Quem deseja saber a cotação da soja ou do petróleo facilmente encontra a resposta nas Bolsas americanas de Chicago e Nova York, respectivamente, que concentram a comercialização dessas matérias primas. Mas, quando o assunto são créditos de carbono, as empresas, carentes de informações objetivas para a tomada de decisões, ainda estão às cegas.

A partir dessa constatação, o Observatório de Bioeconomia, da Fundação Getulio Vargas (FGV), criado no fim do ano passado, decidiu lançar uma plataforma que reúne todas as informações disponíveis sobre o mercado de carbono. A intenção da ferramenta é traçar um raio x das informações sobre créditos de carbono disponíveis, tais como os preços – regulados e livres -, os setores em que esses créditos estão, em qual parte do mundo, quem são as empresas certificadoras e quanto esses créditos cobrem das emissões globais, entre outras informações.

Os dados revelados pela plataforma mostram que na Europa e na América do Norte o preço médio da tonelada de carbono é de US$ 6. Na América do Sul e na África, sai por cerca de US$ 4. O menor valor está na Ásia, onde custa US$ 1,20, e o maior, na Oceania: US$ 19.

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A ferramenta interativa será abastecida por mais de dez fontes oficiais de informações, que vão de órgãos de governo à iniciativa privada, passando por organizações sociais.

COP-26

A precificação desses créditos tem ganhando relevância no Brasil e no mundo desde o fim do ano passado, após a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP-26, na Escócia, que definiu os parâmetros universais e básicos para orientar o funcionamento do mercado de carbono, para alcançar metas climáticas.

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As companhias precisam comprar esses créditos para compensar emissões de gases de efeito estufa em suas atividades, a fim de ter negócios sustentáveis e que atraiam uma montanha de dinheiro – mais de US$ 1 trilhão – de fundos de investimentos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.