Por que um escritório tradicional de advocacia lançou um programa para startups?

Mattos Filho, escritório de 30 anos, lança programa de inovação, attix, que vai conectar startups a empresas

Mariana Amaro

Lisa Worcman, sócia do escritório Mattos Filho e responsável pela iniciativa attix (Foto: divulgação)

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O tradicional escritório de advocacia Mattos Filho lançou hoje (27) um programa de inovação. O attix, como foi batizado, faz parte de uma estratégia do escritório para entrar no ecossistema de inovação e startups.

De acordo com Roberto Quiroga, sócio e diretor do escritório, o programa tem o objetivo de viabilizar um ambiente de discussão e aprendizado, obtendo ferramentas de todo um grupo de empresas de tecnologia, seja para as questões do escritório ou um suporte para os nossos clientes. “Essa é uma tendência mundial: de unir a tecnologia a todos os serviços jurídicos que nos temos”, disse.

Roberto Quiroga, sócio-diretor do Mattos Filho, escritório de advocacia tradicional
Roberto Quiroga, sócio-diretor do Mattos Filho (Foto: divulgação)

O programa nasceu com um portfólio de nove startups que receberão mentoria e acesso a clientes do escritório, mas não inclui assessoria jurídica. “Não colocamos dinheiro nem cobramos equity (participação societária): o programa é baseado em dar visibilidade para as startups por um lado, ajudar clientes e o escritório a resolver problemas e integrar o ecossistema. É uma ação de posicionamento de mercado”, diz Lisa Worcman, sócia responsável pelo attix.

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O programa começou a ser desenvolvido dois anos atrás. “Começamos a analisar como o escritório poderia se aproximar das startups e do universo de inovação. Fizemos benchmark e vimos muitos escritórios internacionais seguindo essa linha, com resultados interessantes”, diz Worcman.

Desde então, o escritório passou a mapear soluções tecnológicas e fez a seleção dos nove projetos inovadores. A partir do ano que vem, diz Worcman, o programa será aberto para um chamamento público. “Não existe um limite de quantas startups queremos trazer, nem por quanto tempo fará parte do attix. O importante é que tenha alguma integração com o nosso negócio e que nós também tenhamos a capacidade de ajudá-los em algum ponto”, afirma.

É o caso do Basement, que desenvolveu um software de gestão societária para outras empresas. Para Frederico Rizzo, CEO do Basement, a parceria com o escritório trouxe credibilidade e validação para a startup, com diversas oportunidades comerciais. “Quando divulgamos a parceria, batemos recorde de engajamento nas nossas redes e muitas pessoas passaram a nos procurar”, afirma. Além disso, a expertise do Mattos Filho economizou tempo e gerou mais segurança e qualidade no desenvolvimento da tecnologia, afirma Rizzo.

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Além do Basement, fazem parte do programa as startups Bryter, Data Lawyer, DataPolicy, Inspira, Lexter, Netlex, Turivius e Velvet.

Mariana Amaro

Editora de Negócios do InfoMoney e apresentadora do podcast Do Zero ao Topo. Cobre negócios e inovação.