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SÃO PAULO – Uma expectativa: em 2022, ser uma companhia muito diferente do que é atualmente. E, vale ressaltar que, nos últimos anos, houve mudanças extremas nos rumos da estatal.
Esta foi a sinalização que a gestão da Petrobras (PETR3;PETR4) deu em encontro com analistas, reforçando a visão de que ela quer se tornar uma empresa menor, com menos ativos e menos pessoal, mas com muito mais eficiência e mais lucrativa do que é hoje, focando nas suas competências, principalmente na exploração e produção em águas profundas.
Para isso, alguns planos (alguns mais avançados e outros no início) estão no radar.
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Conforme destacaram os analistas da XP Research e do Morgan Stanley, a Petrobras estuda fazer desinvestimentos através da abertura de capital.
Um dos segmentos na mira são os de plantas termelétricas (provavelmente saindo completamente do negócio, segundo o Morgan). A Petrobras opera um parque de termelétricas com capacidade instalada de 6 mil megawatts e, apesar de um grande programa de desinvestimentos, ainda não avançou tanto neste segmento.
Além desse movimento, a estatal poderia fazer um acordo com outras empresas do setor com atuação no pré-sal de forma a criar uma companhia em conjunto com ativos de transporte de petróleo e gás. Neste caso, também poderia haver desinvestimento da Petrobras por oferta de ações.
“Os diretores da Petrobras mencionaram a possível criação de uma empresa de transporte (midstream) em consórcio. Após sua criação, a Petrobras poderia alienar sua participação na empresa por meio de mercado de capitais (como um IPO)”, ressalta a XP Research.
O Credit Suisse ressalta que também ficou claro que a companhia não está planejando reduzir investimentos nos ativos centrais e, muito menos, no pré-sal, onde deseja reinvestir grande parte dos US$ 9 bilhões das renegociações da cessão onerosa. Já investimentos em terra (on shore) e águas rasas devem ser diminuídos.
Na reunião com analistas, a gestão da Petrobras também esclareceu as revisões de investimentos em capital (capex). A empresa revisou a projeção de capex para 2019 de US$ 16 bilhões para um intervalo entre US$ 10 a US$ 11 bilhões.
Segundo o Credit, as mudanças nas cifras não tiveram o objetivo de reduzir a alavancagem, mas sim de aumentar a transparência, uma vez que os diretores da estatal avaliavam que o orçamento anterior estava superestimado.
Já sobre a produção, os gestores se mostraram bastante confiantes em entregar as metas de produção anual média, apesar da queda no segundo trimestre e que decepcionou os analistas.
A produção total de petróleo, LGN e gás natural da Petrobras no segundo trimestre somou 2,63 milhões de barris de óleo equivalente/dia (boed), um recuo de cerca de 1% na base anual.
A meta de produção para 2019 é de 2,7 milhões de boed e, segundo a gestão da estatal, deve ser alcançada tendo o início da produção em Búzios como o grande catalisador.
Menores custos, maior otimismo
Assim, o encontro em geral foi visto de uma forma bastante positiva. Os analistas do Goldman Sachs, por exemplo, ressaltaram as “notícias positivas sobre a eficiência de custos do pré-sal”.
Os analistas do banco ressaltam que a Petrobras tem conseguido, nas plataformas desenvolvidas recentemente, um custo de extração de US$ 4 dólares o barril, valor 33% inferior à média do pré-sal no segundo trimestre.
A recomendação do Goldman para os ativos é de compra, assim como a XP Research e o Morgan Stanley. Das 14 casas de análise que possuem cobertura em Petrobras consultadas pela Bloomberg, 12 possuem recomendação de compra e apenas 2 possuem recomendação neutra.
Conforme destaca o Morgan Stanley, a tese otimista se baseia na entrega de um crescimento da produção de petróleo entre 2019 e 2023, com retornos acima da média no pré-sal. Além disso, os investidores devem se beneficiar da conclusão do processo de desalavancagem com novas vendas de ativos.
Os planos da Petrobras são bastante ambiciosos. Porém, a gestão da companhia conta com a confiança de boa parte do mercado para que eles se concretizem.
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