Petrobras deve ter lucro 2.000% maior no 2º tri, de R$ 6,9 bilhões, apesar dos efeitos da greve

Mesmo com os efeitos da greve de caminhoneiros em meados de maio, expectativa é de companhia divulgue resultado robusto no segundo trimestre de 2018

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – Dentre os resultados mais aguardados em toda a temporada de balanços, a Petrobras (PETR3;PETR4) sempre está na lista. Neste segundo trimestre de 2018, em especial, o mercado monitorará de perda os números, já que a empresa foi uma das mais afetadas pela greve dos caminhoneiros em maio. 

A XP Investimentos aponta que o principal ponto a ser monitorado é justamente o impacto do programa de subvenção do diesel nas contas após a greve, levando a companhia a anunciar a redução e o congelamento dos preços do derivado por 15 dias. A partir daí, o governo instaurou um programa que prevê a prática do subsídio até o fim deste ano e reembolsando a estatal que, contudo, ainda não recebeu a primeira parcela.

Segundo o Credit Suisse, o balanço deve contabilizar um impacto “ligeiramente inferior” aos R$ 350 milhões previstos inicialmente com o programa de subvenção do diesel.

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Assim, apesar da greve, as estimativas apontam para crescimento robusto. Segundo ressalta o Itaú BBA, os resultados no segmento de distribuição de combustíveis no Brasil provavelmente serão afetados pelos efeitos não recorrentes da greve dos caminhoneiros no final de maio. Mas, do outro lado, o real mais fraco deve alavancar os resultados positivos.

A companhia deve apresentar um lucro líquido ajustado de R$ 6,927 bilhões, resultado quase 22 vezes maior do que o observado no segundo semestre de 2017, de acordo com estimativa mediana de analistas consultados pela Bloomberg.

Já as projeções para a receita líquida do segundo trimestre são de R$ 87,56 bilhões, mostrando aumento de 31% em base anual. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) esperado é de R$ 30,361 bilhões, o que seria um aumento de 59% ante o registrado no segundo trimestre do ano passado.

Segundo o Bradesco BBI, o Ebitda da companhia deve ser decorrente do bom desempenho no segmento de exploração e produção, compensando a resultado mais fraco do setor de refino e distribuição, que pode ter sido impactado pelo corte nos preços do diesel e pelo aumento das importações. 

Do outro lado, alta do petróleo nos mercados internacionais devem ter ajudado. No segundo trimestre, os preços do petróleo do tipo Brent atingiram a média de US$ 75/barril, no nível mais alto desde que os preços despencaram nos últimos três meses de 2014. 

A Petrobras divulga seu resultado trimestral na sexta-feira (3), a partir de 9h (de Brasília), seguido de entrevista coletiva. 

Confira as estimativas para o resultado da Petrobras: 
Dados em milhões (R$) 2T18E 2T17 2T18E/2T17
Receita líquida  87.562 66.996 +30,7%
Ebitda  30.361 19.094 +59%
Lucro líquido ajustado  6.927 316 +2.092%
Lucro operacional 17.758 15.000 +18,33%
Margem Ebitda 28,84% 29% -0,16 pp

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