Para delator da Boeing, correções no 737 Max não são suficientes

Dois acidentes envolvendo o modelo resultaram na morte de 346 pessoas na Etiópia e Indonésia

Bloomberg

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(Bloomberg) – O homem que denunciou a Boeing está pedindo aos reguladores do setor de aviação que adicionem proteções adicionais ao 737 Max.

Curtis Ewbank, que já havia levantado preocupações sobre o projeto do avião com investigadores no Congresso, disse em comentários feitos à Administração Federal de Aviação (FAA) que uma proposta para determinar correções para o jato não abordava os riscos múltiplos identificados nos dois acidentes fatais do Max e incidentes anteriores envolvendo o 737.

“É evidente que mais ações são necessárias para revisar os processos da FAA, de modo que avaliem com precisão o projeto do avião e regule de acordo com o interesse público”, disse Ewbank em comentários publicados no site Regulations.gov.

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As ações da Boeing acumulam queda de pouco mais de 50% no acumulado do ano até 18 de setembro, a maior baixa do índice Dow Jones.

A FAA tem proposto várias mudanças no avião após os acidentes que mataram 346 pessoas antes que seja dada permissão para o transporte de passageiros novamente. O sistema que estava empurrando o nariz do jato para baixo em ambos os acidentes não seria mais ativado repetidamente e várias medidas foram tomadas para minimizar as chances de mau funcionamento.

A agência também está propondo exigir várias outras revisões do avião, como um sistema de computador de voo aprimorado para melhorar sua redundância.

Ewbank disse que a FAA e a Boeing deveriam fazer mais para proibir leituras incorretas do sensor implicado em ambos os acidentes e melhorar os sistemas de alerta do avião.

Além disso, a agência deve fazer uma revisão mais ampla de como os pilotos reagem a emergências e fazer um redesenho mais completo do sistema de controle de voo, disse ele.

A FAA analisará os mais de 160 comentários recebidos antes de decidir se aprova o retorno do avião ao serviço. Junto com a Agência Europeia para a Segurança da Aviação planeja exigir que a Boeing adote soluções de longo prazo após o retorno, algumas das quais semelhantes às que Ewbank sugeriu.

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