Oxygea, da Braskem (BRKM5), seleciona 6 startups para aceleração e prevê até R$ 9 mi em aportes

Mais de 320 startups participaram do processo seletivo que pode render R$ 1,5 mi em investimentos; aceleração ocorre até novembro

Wesley Santana

Oxygea nasceu no fim do ano passado como uma estratégia da Braskem de tornar decisões de independentes. Foto: Daniela Toviansky

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A Oxygea, vertical de investimentos corporativos de risco da Braskem (BRKM5), divulgou em primeira mão ao InfoMoney as startups selecionadas para o seu primeiro programa de aceleração. Os seis projetos escolhidos (veja lista a seguir) atendem a tese de investimentos da companhia, que busca soluções inovadoras para as áreas de sustentabilidade e transformação digital.

O processo seletivo para o Oxygea Labs ocorreu com 324 startups inscritas, e intermediado pela consultoria ACE Córtex, que foram avaliadas a partir de critérios objetivos, como a maturidade, estrutura e potencial de escalabilidade. Além do acompanhamento e um incentivo de R$ 100 mil pela participação, as startups ainda terão a chance de receber um aporte de R$ 1,5 milhão no final do processo de monitoria, que acontece entre julho e novembro deste ano.

“O programa vem em um momento importante para o ecossistema porque capitaliza o que já foi feito pela Braskem nos últimos oito anos e adiciona o componente de investimentos após a aceleração”, comenta Artur Faria, CEO da Oxygea, em entrevista exclusiva. “Nós temos a missão de fazer este processo da forma mais estruturada porque a responsabilidade é alta”.

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Segundo ele, as startups que não foram selecionadas para esta edição passam a fazer parte da comunidade Oxygea, que dá acesso a futuras ações e atividades. Além disso, se somam a outras 132 empresas que já participaram de processos anteriores quando ainda estavam sob o crivo da Braskem Labs.

“Ficamos felizes e surpresos com o número de inscritos e a aderência à tese pautada em sustentabilidade e transformação digital na indústria”, diz Vitor Moreira, diretor-gerente da Oxygea. “Boa parte delas têm potencial para provocar impacto na indústria, algumas mais centradas em sustentabilidade e outras em transformação digital, mas todas com impacto positivo na agenda de ESG”.

Programas de aceleração como esse se tornaram uma alternativa para startups que buscam investimentos externos neste momento em que o capital de risco está em desaceleração. Segundo dados da plataforma Distrito, os aportes em startups no primeiro semestre deste ano tiveram o pior resultado desde 2018.

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“Ao final do programa, temos a expectativa de converter no mínimo duas startups em investimentos. Também queremos ser referência neste tipo de seleção, contribuindo para todo o ecossistema”, pontua Faria.

US$ 150 milhões para investimentos

Seguindo o mesmo caminho de outras companhias da indústria, a Braskem tornou independente as decisões sobre seus investimentos de risco no final do ano passado, quando surgiu a Oxygea. Para isso, a divisão já nasceu com um caixa de US$ 150 milhões para investimentos em startups, seja como aceleradora ou como sócia, através de aportes.

Segundo Faria, o veículo tem autonomia para decidir seus movimentos, de acordo com três estratégias que mantém hoje, com análise de um comitê próprio. No caso do CVC, os aportes são feitos por meio de um fundo de investimentos em participações (FIP) e podem ser direcionados a empresas de qualquer país, embora haja uma atenção especial para soluções do Brasil, Estados Unidos, Europa e Israel.

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“Fizemos um estudo durante a pandemia para identificar quais as tendências teriam capacidade de causar disrupção na indústria. A nossa tese de investimentos surge a partir do resultado disso, que evidenciou soluções de sustentabilidade e de transformação digital”.

“A vontade é investir todo esse dinheiro no Brasil, mas há aspectos da tese que são complexas, como a cobertura de novos materiais sustentáveis, por exemplo. Infelizmente, não temos tantas opções aqui, então é preciso ir para fora do país”, diz.

A divisão do fundo se dá em duas partes: R$ 100 milhões para startups em late-sage, especialmente séries A e B; e os outros R$ 50 milhões para early-stage, ainda no estágio inicial. De acordo com Lívia Hallak, gerente de portfólio da Oxygea, hoje existem quatro empresas incubadas, sendo uma do segmento de impressão 3D, outra do setor de logística, uma terceira de indústria 4.0 voltada para plásticos e a última de redução de impactos ambientais.

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“Um importante objetivo é mapear em âmbito nacional o que se tem de solução dentro da nossa tese e entender o que está disponível para os problemas que queremos atacar. Para algumas necessidades, não vamos encontrar produtos prontos, então temos de entender o que faz sentido trazer para a estrutura de aceleração, ou seja, colocar a mão na massa para construir juntos.

Conheça as startups selecionadas

GrowPack: trabalha com o objetivo de gerar fontes alternativas de biomateriais para aplicações em embalagens.

BioReset: por meio da biotecnologia, usa resíduos industriais e agrícolas para desenvolver material substituto ao plástico comum.

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Embeddo: cria sensores de monitoramento baseados em dados.

LogShare: visa otimizar os custos da cadeia de logística através de uma tecnologia SaaS que permite o aproveitamento do frete de retorno.

Cognitive: faz digitalização de fábricas e produz insights para a indústria com base na inteligência artificial.

IQX: solução para reciclagem complexa e embalagens multicamadas.