Os três princípios das empresas que dominarão o futuro, segundo o “papa” da inovação

Paranoia é um deles, segundo o consultor de negócios Michael McQueen

Letícia Toledo

Divulgação

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SAN JOSE, CALIFÓRNIA* – Um grande drama de empresários e executivos atualmente é evitar que suas empresas sejam ultrapassadas por concorrentes melhores, ou mais rápidos, ou simplesmente mais baratos.

É possível se preparar para isso? O que as companhias de sucesso devem fazer para se manter no topo?

Para o consultor de negócios Michael McQueen, uma referência quando se trata de tendência e inovação, as grandes empresas que têm condições continuar dominando seus setores no futuro têm como alicerces três grandes princípios.

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Esses fatores servem tanto para negócios já consolidados como para startups, afirmou o especialista em palestra de abertura do QuickBooks Connect 2019, evento promovido pela companhia de soluções empresariais Intuit, em San Jose, na Califórnia.

A seguir os três princípios detalhados por McQueen.

1 – Pensar em “revolução” e não em “evolução”

Segundo McQueen, a maioria das profissionais pensa em evoluir um produto ou um serviço que já existe. Por pensar dessa maneira, perdem um tempo valioso aprimorando soluções ultrapassadas quando poderiam testar ideias novas.

“Há uma frase famosa de um professor da Universidade de São Francisco que explica bem esse conceito. Ele diz que ‘a lâmpada elétrica não surgiu da melhora contínua das velas’”, disse McQueen.

“Evoluir é importante, mas sempre há um momento na história em que é preciso trazer revolução. Estamos nesse momento”, completa.

Para o especialista, há duas perguntas que qualquer pessoa que busca inovar precisa responder: por que estamos fazendo isso desse jeito? e há realmente um porquê de estarmos fazendo isso assim?

2 – Ter foco em solucionar o “atrito”

“Tudo aquilo que dificulta a vida das pessoas, que frustra e irrita os consumidores em geral, no momento eles pensam em fazer negócios com a sua empresa, é um ‘atrito’”, diz.

Para o consultor, todas as empresas que se manterão na liderança nos próximos anos têm uma preocupação diária em resolver todos os atritos.

“Quem não endereça os ‘atritos’ abre espaço para disrupção em seus negócios”, afirma.

Para completar sua visão sobre esse ponto, McQueen cita o exemplo da Transferwise, uma startup que transformou o burocrático processo de envio de remessa de dinheiro entre países, ao oferecer uma solução simples, por meio de um aplicativo, e com baixo custo.

“É algo que um banco poderia ter feito. Mas nenhum deles resolveu esse atrito e uma startup tomou esse mercado deles”, diz.

3 – Ser paranoico de maneira “saudável”

Ao citar a terceira característica das empresas de sucesso, McQueen recorreu a uma frase do lendário Andrew Grove, um dos primeiros engenheiros da Intel, que afirmou que “apenas os paranoicos sobrevivem”.

Para continuarem na liderança, defende McQueen, as empresas precisam pensar sempre no que coloca seus negócios em risco.

Para o consultor, um exemplo bem-sucedido dessa “paranoia saudável” é o Facebook. Há alguns anos, a empresa criou um livro com seus principais valores.

Uma página preta se destaca das demais no documento. Nela, está impressa a frase: “Se não criarmos algo que matará o Facebook, alguém vai.”

“Nenhuma empresa de sucesso pode resistir à disrupção”, diz McQueen.

Para adotar essa postura paranoica, o consultor afirma que são necessários dois componentes: “fome” e humildade.

A “fome” nos negócios ajudará o empreendedor a procurar por mais e querer fazer sempre melhor.

Já a humildade ajudará a empresa a reconhecer que não sabe de tudo e entender que sempre poderá encontrar novas maneiras de crescer sua companhia.

*A repórter viajou a San Jose a convite da Intuit – QuickBooks

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Letícia Toledo

Repórter especial do InfoMoney, cobre grandes empresas de capital aberto e fechado. É apresentadora e roteirista do podcast Do Zero ao Topo.